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[Lista] 5 casas cheias de histórias

1. Casa de Julieta (Casa di Giulietta), em Verona, na Itália: essa sacada da foto talvez seja a mais famosa da literatura mundial! Impossível vê-la e não lembrar desta cena icônica, no Ato II da obra-prima de William Shakespeare:

Julieta aparece na sacada.

Mas que luz raia agora na janela?
É o Oriente; e o Sol és tu, Julieta.
Vem, Sol, matar a despeitosa Lua,
Pálida e enferma, de tristeza e inveja,
Ao ver que sua beleza é superada
Por seu vassalo. (…)

JULIETA Ó, Romeu! Por que tens de ser Romeu?
Renuncia a teu pai, nega teu nome;
Ou então jura amar-me para sempre,
E hei de dizer: não sou mais Capuleto.

A trágica história de amor se passa em Verona. Em meio às discussões se a trama é ficcional ou não, a cidade do norte da Itália abraçou a fama que a literatura lhe emprestou e se fixou no imaginário popular como berço desse amor.

A sacada foi construída muito tempo depois do século XVI, época em que a obra foi escrita, e fez parte dos investimentos da cidade de Verona para atrair os turistas. Podemos dizer que foi um trabalho muito bem feito. A atmosfera do local realmente faz você se sentir dentro da obra de Shakespeare.

A casa é aberta à visitação e é possível inclusive subir até a sacada. No interior, móveis e vestuários recriam as características da época.

As superstições contribuem ainda mais para o turismo. No pátio externo, há uma estátua de bronze de Julieta e diz a lenda que quem tocar seu seio direito terá felicidade no casamento. Nas paredes da entrada, também são depositadas mensagens de amor. Quem já assistiu ao filme Cartas para Julieta sabe dessa tradição!

A prefeitura de Verona tenta conter a prática de escrever direto no muro, para preservar a construção, mas, especialmente em épocas de alta temporada, fica quase impossível esse monitoramento. No verão, o pátio fica lotado e tanto a estátua, quanto o muro e a sacada são bastante concorridos. É preciso um pouquinho de paciência, mas vale a espera!

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“Não era fácil aos detentores das posições públicas de responsabilidade, formados por tal ambiente, compreenderem a distinção fundamental entre os domínios do privado e do público. (…) Para o funcionário ‘patrimonial’, a própria gestão política apresenta-se como assunto de seu interesse particular; (…)”

 

Sérgio Buarque de Holanda em
Raízes do Brasil

[O Amor dos Homens Avulsos] [Entrevista] Semana #9

“Mais do que relatar ou criar golpes de trama, quero entender como e por que estar no mundo, fundar mundos possíveis e dialogar com outros seres, sejam eles ficcionais ou não.” Quem acompanhou conosco a leitura de O Amor dos Homens Avulsos enxerga o romance nessa definição. Não poderia ser diferente, já que quem a disse foi o escritor Victor Heringer, em entrevista ao Achados & Lidos.

Heringer ainda afirmou que prefere incorporar os personagens a seu texto, em vez de transpor sua vida para o papel, “até porque não sou tão interessante assim”, diz ele em tom modesto.

Formado em Letras, com mestrado em Teoria Literária, o escritor compartilhou também seus autores preferidos e ainda contou que está trabalhando em um novo livro.

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[Resenha] O Muro

Publicado às vésperas da Segunda Guerra Mundial, O Muro, do escritor e filósofo francês Jean-Paul Sartre, reúne cinco contos – O Quarto, Erostrato, A Intimidade, A Infância de um Chefe e O Muro, que intitula e abre o livro.

Nessas narrativas, a riqueza do pensamento filosófico de Sartre se concretiza em personagens e situações inquietantes que trazem à tona as tensões menos evidentes de um mundo pré-guerra. É a filosofia se aproximando da experiência humana, assim como desejavam os existencialistas, escola da qual Sartre e outros grandes pensadores e autores, como sua companheira Simone de Beauvoir e Albert Camus, faziam parte.

No primeiro conto, O Muro, Sartre relata a última noite de três condenados à morte. A espera exaure cada um deles de maneira diferente. Um se desespera, o outro se apega ao materialismo de seu corpo e Pablo Ibbieta, o narrador, é a pura expressão da indiferença. Para ele, a vida carece de sentido e isso fica especialmente claro diante da iminência da morte. A existência é toda ela uma espera:

No estado em que eu estava, se eles tivessem vindo me anunciar que eu podia voltar tranquilamente para casa, que eles poupariam minha vida, isso não teria me sensibilizado: algumas horas ou alguns anos de espera é tudo igual, quando já perdemos a ilusão de ser eterno.

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[Divã] Domínio da linguagem

Após a eleição de Donald Trump para a presidência dos Estados Unidos, muito se falou e escreveu sobre o aumento da procura por livros que retratam um futuro distópico, com Estados totalitários assumindo poder absoluto sobre cidadãos.

Assim, dispararam as vendas de 1984, o clássico escrito por George Orwell sobre um governo hiperautoritário capaz de monitorar – e controlar – cada passo de seus cidadãos.

Publicado em 1932, Aldous Huxley imaginou, em Admirável Mundo Novo, um planeta dividido em dez grandes regiões administrativas, com definições categóricas das funções de cada um na sociedade. Os menos dotados vão para o trabalho braçal, outros são destinados a comandar. Os avanços da ciência passam a ditar o destino de cada um, sem espaço para surpresas, para o imponderável, o imprevisível.

Mais recentemente, até por causa do seriado que está sendo transmitido nos Estados Unidos com base no livro, quando se pensa em futuro distópico, não se fala em outra obra que não seja O Conto da Aia, de Margaret Atwood. Empolgante na mesma medida em que é absolutamente assustador, a escritora canadense descreve um mundo em que as mulheres perderam qualquer direito ou liberdade.

O Estado patriarcal que assumiu os Estados Unidos divide essas mulheres em esposas, aias ou serviçais: as que não se encaixam nesses perfis são enviadas para as Colônias, no qual se encarregam de limpar rejeitos radioativos. O acesso à informação foi quase totalmente extinto. A leitura foi banida, e a comunicação é estritamente controlada.

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