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[Lista] 5 livros sobre a vida de escritor

Para os leitores, escritores são quase criaturas mágicas: se alimentam de literatura e habitam um mundo paralelo, repleto de personagens fascinantes e histórias fantásticas, com uma rotina intrigante. Sabemos, claro, que não é bem assim. A escrita é um ofício solitário, que exige disciplina e rigor. Ainda assim, não deixamos de nos encantar ao entender de onde vem a inspiração para as histórias que acabam povoando a nossa imaginação. Na Lista da Semana, selecionamos cinco livros que tratam da vida e do ofício de escritor.

1. Romancista como Vocação, de Haruki Murakami: O popular autor japonês de clássicos como 1Q84 e Dance Dance Dance alterna neste livro dicas sobre escrita e memórias de seu processo de formação. Murakami relembra as condições que o levaram a escrever seu primeiro livro, Ouça a Canção do Vento (recentemente publicado pela Companhia das Letras no Brasil), quando tinha quase 30 anos, e como sua vida acabou mudando por completo quando esse romance ganhou o prêmio Gunzô. Segundo ele, esse golpe de sorte contribuiu muito para que ele acabasse se tornando um escritor profissional, embora tenha diminuído a importância de outros prêmios literários (há anos, Murakami aparece na lista de potenciais laureados com o Nobel de Literatura).

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“Ah! A felicidade procura a luz, por isso acreditamos que o mundo é alegre, mas a desgraça se esconde longe, por isso acreditamos que o sofrimento não existe.”

 

Herman Melville em Bartleby, o escrivão

[Nossa Senhora do Nilo] Semana #1

Prontos para a oitava edição do Clube do Livro do Achados & Lidos? Antes de iniciarmos a leitura, vamos conhecer melhor a obra da escritora ruandesa Scholastique Mukasonga, que causou furor em sua recente passagem pelo Brasil. Para a próxima sexta-feira, vamos até a página 38. Se ainda não conseguiu seu exemplar de Nossa Senhora do Nilo, corra que ainda dá tempo!

Mariane Domingos e Tainara Machado

Em 1994, em Ruanda, os hutus no comando do país mataram 800 mil tutsis e deixaram muitos outros milhares desabrigados, em um dos genocídios que marcaram o século XX. Scholastique Mukasonga, autora de Nossa Senhora do Nilo, livro escolhido para a oitava edição do Clube do Livro do Achados & Lidos, perdeu 27 membros de sua família no massacre, entre eles seus irmãos e sua mãe.

Ela só sobreviveu porque teve acesso à educação, em um dos colégios católicos mantidos pelos colonizadores belgas, onde ela aprendeu francês. Ainda muito jovem, Mukasonga emigrou, primeiro para o Burundi, em 1973, e depois para a França, em 1992, cumprindo assim a ideia fixa de sua mãe, que era salvar os filhos, ou pelo menos algum deles.

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[Resenha] No Seu Pescoço

Não são muitos os autores que transitam com tanta facilidade do romance para o conto, do conto para o ensaio, do ensaio para os manifestos. Não importa o formato, a nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie mostra completo domínio do seu ofício. Uma das melhores escritoras de sua geração, Adichie expõe nossa vulnerabilidade perante o desconhecido nos doze contos que compõem No Seu Pescoço, lançado originalmente em 2009, mas só agora traduzido para o português pela Companhia das Letras.

As histórias contidas nessa coletânea são joias raras. Há ali a mesma potência de escrita que já conhecíamos dos romances da escritora, como Americanah e Hibisco Roxo, mas com mais espaço para experimentação de estilos, pontos de vista, narradores.

Em No Seu Pescoço, o conto que dá título ao livro, a história é narrada em segunda pessoa, uma inversão estilística que nos coloca diretamente no lugar da personagem, uma recém-chegada aos Estados Unidos que tenta se adaptar aos cheiros, comportamentos e hábitos fora do seu lugar.

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[Lista] 5 séries de livros que merecem lugar na estante

Além de ficarem lindas na prateleira, as séries são uma ótima pedida para aquele leitor que ama acumular livros e se sente órfão quando vira a última página de um romance. Na lista de hoje, separei quatro trilogias e uma tetralogia que merecem um (bom) espaço na sua estante:

1. História do Pranto, História do Cabelo e História do Dinheiro, de Alan Pauls: nessa trilogia, de títulos tão peculiares quanto a narrativa que anunciam, Pauls aborda de maneira muito original uma década complexa e pesada da história argentina – os anos 70.

A partir da lágrima, do cabelo e do dinheiro – gatilhos aparentemente banais e que se assemelham por serem elementos que estamos fadados a perder – Pauls disseca a sociedade argentina do período em uma estrutura narrativa desafiadora e brilhante, que não se baseia na ordem cronológica, mas sim nas conexões de sentimentos e nos arroubos da memória.

Os três livros podem ser lidos aleatoriamente, mas quem seguir a ordem de publicação será premiado com uma curva ascendente de qualidade. História do Dinheiro, fechamento da trilogia, é o meu preferido:

Aquela que perdeu tudo perdeu muito mais que sua fortuna. Perdeu a margem preciosa de tempo que sua fortuna lhe concedia, esse intervalo, essa espécie de colchão mágico que a separava de uma experiência imediata das coisas. Perder tudo a condenou a um inferno pior que a pobreza: o inferno de viver no presente.

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