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A leitura de Complô Contra a América (Companhia de Bolso, 440 páginas), é uma mistura de sentimentos contraditórios. De um lado, o prazer da boa literatura na escrita envolvente de Philip Roth, quase impossível de largar. Do outro, o gosto amargo de se enxergar em uma realidade não muito distante da ficção distópica apresentada pelo romance.

Philip, o protagonista, é um garoto estadunidense nos anos 40, nascido no seio de uma família judia. Sua infância tinha tudo para se passar na mais tranquila normalidade, não fosse por um acontecimento: a eleição de um simpatizante do nazismo de Hitler, o aviador Charles A. Lindbergh, como presidente dos Estados Unidos.

Roth narra, a partir da visão do garoto, a conjuntura social e política que levou à derrota do então presidente Franklin D. Roosevelt para um candidato novato que, ainda em campanha, demonstrava afinidades com as ideias extremistas que chegavam da Europa. Essa perspectiva infantil dos fatos é um dos grandes destaques do romance. A inocência com que, por vezes, o protagonista interpreta os sinais da tormenta que viria, deixa o leitor angustiado, com vontade de entrar na trama para mudar o curso da história.

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