Mariane Domingos e Tainara Machado são jornalistas, porque a vida está aí para ser ganha e ainda não inventaram a ocupação de leitor profissional (se existir, por favor, nos avisem que largamos tudo na hora!). A paixão pelas letras, nos dois casos, vem desde pequena.

A Mari, que também é uma colecionadora voraz de itens de papelaria, mostrava, já pela caligrafia impecável no jardim de infância, que seria mais das letras que dos números. A Tatá, inconformada com os mistérios do mundo, quis aprender a ler logo porque não entendia o que estava escrito naqueles balõezinhos dos gibis e nem nos outdoors espalhados pela cidade (sim, as duas foram crianças bem antes da Lei Cidade Limpa).

Muitos anos depois, um livro do Gabriel García Márquez, Viver para contar, faria com que a Tatá sonhasse com “a mais bela profissão do mundo” – ainda não era o tempo de Ilusões Perdidas. A Mari tinha suas redações espalhadas nos murais do colégio pela professora e sonhava em ter a escrita como profissão. Pois não deu outra. As duas acabaram se encontrando na faculdade de jornalismo, na USP.

Inevitavelmente, a conversa descambou para os livros. A Tatá emprestou o primeiro “Gabo” que a Mari leu, O amor nos tempos do cólera, um dos muitos amores compartilhados pelas duas (mas não se enganem, elas também têm diferenças, principalmente no esporte: Mari é team Nadal e Tatá, Federer).

Essa troca literária se manteve depois que as duas se formaram. Nunca perderam o hábito de contar uma para outra sobre suas leituras. Depois de inúmeros e-mails, decidiram que já estava passando da hora de compartilhar com o mundo o que estava lá, escondido na caixinha de achados e lidos!