Depois da lista da Mari, apresentar minhas leituras para 2017 virou uma tarefa difícil! Entre autores conhecidos e novidades aqui no blog (e pra mim também), tentei resgatar nomes queridos e gêneros variados, com ficção, ensaios, biografias, contos e romances!

Como bem disse a Mari, é claro que ao fim de 2017 a lista de leituras acaba repleta de novidades, lançamentos aguardados (o último volume da tetralogia napolitana, nunca te pedi nada, Biblioteca Azul!) e desvios de rota, porque leitura também é estado de espírito! Mas, por enquanto, essas são minhas escolhas para 2017! Na lista, há alguns lançamentos do ano passado, mas muitos livros que já habitavam a minha estante e mal haviam sido abertos. Isso porque, como sempre, uma das metas para o ano é ler mais e comprar menos!

1. Cinco Esquinas, de Mario Vargas Llosa: O peruano ganhador do Nobel em 2010 é um autor de muitas facetas. Entre observações sobre política e ensaios, Vargas Llosa escreveu também romances intrincados como Conversa na Catedral e thrillers daqueles que não dá para largar até chegar à última página. É o caso de Travessuras de Menina Má. Cinco Esquinas, seu romance mais recente, parece seguir a mesma trilha, em uma história que envolve ameaças, jornalismo sensacionalista e o princípio do fim da ditadura no Peru.

2. Jane Eyre, de Charlotte Brontë: As irmãs Brontë viveram na Inglaterra no século XVIII e são, ao lado de Jane Austen, as grandes vozes femininas na literatura do romantismo inglês. Adoro os livros de Austen, mas as tentativas de ler as obras das irmãs Brontë até hoje foram frustradas. Entre O Morro dos Ventos Uivantes, de Emily Brontë, e Jane Eyre, vou começar pelo segundo por retratar uma das personagens mais fortes na história da literatura.

3. O Sentido de um Fim, de Julian Barnes: Julian Barnes foi um dos autores que descobri assim que o blog começou. No trabalho, duas pessoas que ficaram sabendo do projeto logo se apressaram a me perguntar se conhecia o inglês. Uma delas, em um sinal de apoio bastante importante, me presenteou com este livro. Até então, não conhecia Barnes, mas ele é um dos mais prestigiados autores ingleses na atualidade, três vezes listado para o Man Booker Prize. Em 2017, essa é uma lacuna que pretendo preencher.

4. Mutações da Literatura no século XXI, de Leyla Perrone-Moisés: Um dos objetivos para 2017 é estudar mais sobre literatura. Por isso, fiquei muito curiosa com este lançamento, no qual a professora emérita da Universidade de São Paulo se propõe a discutir a persistência da vitalidade da produção literária contemporânea, apesar da decadência com que o tema é ensinado nas escolas.

5. Uma História Natural da Curiosidade, de Alberto Manguel: O título pomposo da tradução esconde um livro de perguntas simples que sempre estimularam a curiosidade de Manguel e o levaram a acumular mais de 30 mil volumes em sua casa na França (farejaram a inveja aqui?). Ao retomar leituras de autores clássicos, o autor, que hoje dirige a Biblioteca Nacional da Argentina, nos guia por suas estantes e tenta responder questionamentos tão antigos como “Que Sei Eu”. Com certeza já despertou a nossa curiosidade!

6. O Conto Zero e Outras Histórias, de Sergio Sant’Anna: Mais uma tentativa de preencher falhas no meu “currículo” literário. Em um rompante de sinceridade, preciso admitir que vi esse livro pela primeira vez indicado por Daniel Galera, um dos meus autores favoritos, mas é claro que na hora de escrever essa lista não encontro de jeito nenhum a fonte dessa informação. Ok, tudo bem. Sergio Sant’Anna é considerado um dos melhores contistas brasileiros, e nunca passei nem perto de um livro seu. Hora de começar!

7. Os Románov, de Simon Sebag Montefiore: Já falei um pouco desse livro na lista de sugestões de presente de Natal do ano passado. Por isso, vou deixar aqui apenas um parágrafo da introdução desse catatau de mais de 900 páginas, que traça o domínio desta dinastia sobre a Rússia por mais de 300 anos:

Os Románov habitam um mundo de rivalidades familiares, ambições imperiais, fascínio sinistro, excessos sexuais, sadismo e depravação; é um mundo em que desconhecidos obscuros de repente se afirmam monarcas mortos renascidos, noivas são envenenadas, pais torturam filhos até a morte, filhos matam pais, mulheres assassinam maridos, um homem santo, depois de baleado e envenenado, volta, segundo consta, dos mortos, barbeiros e camponeses chegam ao poder supremo, gigantes e aberrações são colecionados, anões são arremessados, cabeças decapitadas são beijadas, línguas são extraídas, a pele é arrancada a chibatadas do corpo, ânus são empalados, crianças são massacradas; (…)

Quero começar agora, e vocês?

8. Elizabeth Costello, de J. M. Coetzee: No fim do ano passado, li Foe, do sul-africano Coetzee, e relembrei o quanto gosto do estilo narrativo desse autor. Não mergulhava em nenhuma obra sua há uns bons anos e fiquei em dúvida entre reler Desonra (que daria um bom 13º item para essa lista) ou partir para um título ainda desconhecido. O sabor da novidade falou mais alto e fiquei com Elizabeth Costello, sobre uma consagrada romancista australiana, que se situa no limiar entre a ficção e o ensaio. Saudades, Coetzee.

9. Oblómov, de Ivan Gontcharóv. O personagem que dá título ao livro é tão emblemático que costuma ser usado para ilustrar situações em que alguém se vê prostrado pela preguiça e pela apatia em um momento que exigiria vitalidade. Enquanto o movimento pelo fim da servidão ganha força, Oblómov, um aristocrata russo, decide que não vai mais sair do sofá. Não é por compartilhar essa vontade com o personagem, porém, que incluí o título nesta lista. O fundador da falecida Cosac & Naify, Charles Cosac, considera esse um de seus livros favoritos, além de uma das obras-primas produzidas pela extinta editora. De fato, a edição é primorosa (livros com capa de tecido, amo vocês!). Se Cosac indicou, quem somos nós para discordar?

10. O Caminho Estreito para os Confins do Norte, de Richard Flanagan: Muitas vezes, quando eu estou com um livro ainda não começado na mão e as pessoas me perguntam qual é o enredo daquelas páginas, tenho que ser honesta e dizer: não sei. Não gosto de ler orelhas nem contracapas antes de começar a leitura, assim como evito sinopses antes de ver filmes. Saber o que estou esperando tira um pouco do mistério que a leitura traz para mim. Decidi não romper esse hábito mesmo depois da decisão de incluir o livro de Flanagan na lista. Indicado por uma leitora, o título também foi selecionado pelo clube de assinaturas da TAG e é lindo. Motivos mais do que suficientes para despertar a minha curiosidade (mas, se você quiser saber mais sobre a obra, é só clicar aqui).

11. Os Fatos – A Autobiografia de um Romancista, de Philip Roth: Roth nos deixou particularmente tristes quando anunciou a sua aposentadoria. Então, quando sua autobiografia foi lançada, é claro que entrou na minha lista de desejos imediatos.

12. Léxico Familiar, de Nathalie Ginzburg: Mais um livro que mora há muito tempo na minha estante sem mal ter sido aberto.Já que entre as metas está sempre ler mais mulheres e novos autores, Nathalie Ginzburg une o útil ao agradável. Em Léxico Familiar, ela toma notas de sua infância, relembra a relação com o pai e nos avisa logo de cara:

Neste livro, lugares, fatos e pessoas são reais. Não inventei nada:e toda vez que, nas pegadas do meu velho costume de romancista, inventava, logo me sentia impelida a destruir tudo o que inventara.

Gostou da lista? Também queremos saber quais são seus objetivos de leitura em 2017! Conte para a gente nos comentários!

Tainara Machado

Tainara Machado

Acredita que a paz interior só pode ser alcançada depois do café da manhã, é refém de livros de capa bonita e não pode ter nas mãos cardápios traduzidos. Formou-se em jornalismo na ECA-USP.
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