Autor: Tainara Machado (página 5 de 38)

[Resenha] O Melhor Tempo é o Presente

Uma união proibida: Jabulile Gumede é negra, Steven Reed é branco. Na África do Sul segregada pelo apartheid, essa relação só podia ser vivida na clandestinidade. É a partir dessa tensão que se desenrola O Melhor Tempo é o Presente (Companhia das Letras, 499 páginas), da ganhadora do Prêmio Nobel de Literatura Nadine Gordimer.

Jabulile e Steven vêm de contextos diferentes, mas encontram um destino comum no sonho da liberdade para todos. Jabulile é filha do diretor da escola local e pastor da igreja metodista da província de KwaZulu, uma região dominada pelas mineradoras. Seu pai lutou por sua educação e apostou na continuidade dos seus estudos mesmo quando isso envolveu a mudança de país, para a Suazilândia, diferentemente do contexto da época, em que a prioridade era dada para a educação dos filhos homens.

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“Que o preceptor faça o menino tudo passar pelo próprio crivo e que nada aloje em sua cabeça por simples autoridade ou confiança. Só os tolos tomam uma decisão e têm certeza disso.”

 

Michel de Montaigne em Ensaios

[Lista] 5 autores de um livro só

Dá para ser um autor mundialmente reconhecido tendo escrito apenas uma obra relevante? É claro que dá! Nesta semana, selecionamos cinco escritores que publicaram apenas um livro reconhecido por leitores e críticos. Alguns até que tentaram se aventurar por outros títulos e formatos, mas não tem jeito: serão sempre lembrados por uma única obra, que os alçou à fama!

Quer saber quem são? Veja a lista completa abaixo!

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[Resenha] A Trégua

Prestes a se aposentar, Martín Santomé não sabe bem o que fará com seu tempo ocioso. Em um diário, ele faz planos para a sua liberdade permanente, que ao mesmo tempo parece uma espécie de prisão: entre a jardinagem, o violão e a escrita, Santomé sabe, intuitivamente, que estará confinado à solidão dos dias.

Viúvo e pai de três filhos com os quais mantém um relacionamento distante, apesar de habitarem o mesmo teto, Santomé é o personagem central de A Trégua, (Alfaguara, 180 páginas), do uruguaio Mario Benedetti. Prestes a completar 50 anos, a vida maçante de Santomé é transcrita em um diário que reúne impressões, reflexões e a observações do cotidiano, de um jeito tão direto quanto cativante, pela franqueza de seu relato.

Se um dia eu me suicidar, será num domingo. É o dia mais desalentador, mais sem graça, Quem me dera ficar na cama até tarde, pelo menos até as nove ou as dez, mas às seis e meia acordo sozinho e já não consigo pregar o olho. Às vezes penso o que farei quando toda a minha vida for domingo.

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“Foi-se a copa? Não faz mal.
Adeus chutes e sistemas.
A gente pode, afinal,
Cuidar de nossos problemas.

Faltou inflação de pontos?
Perdura a inflação de fato.
Deixaremos de ser tontos
Se chutarmos no alvo exato.

O povo, noutro torneio,
Havendo tenacidade,
Ganhará, rijo, e de cheio,
A Copa Da Liberdade.”

 

Carlos Drummond de Andrade
em Poesia e Prosa

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