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[Resenha] Sepulcros de Vaqueiros

Sepulcros de Vaqueros (Alfaguara, 196 páginas, ainda sem tradução para o português) é um deleite para os leitores iniciados na obra do chileno Roberto Bolaño. Com várias referências a outras produções do escritor, as três histórias que compõem essa publicação póstuma – PatriaSepulcros de Vaqueros e Comedia del Horror de Francia – datam dos anos 90 e 2000.

Todas trazem temas caros à escrita de Bolaño – a violência, a ditadura chilena, a América Latina, a juventude, a literatura e a ficção científica. A resistência aos finais definitivos, característica marcante em seus romances, ganha ainda mais força nessas narrativas curtas.

Por serem textos que, provavelmente, ficaram sem conclusão ou foram aprimorados posteriormente em obras de maior fôlego, nas três histórias dessa coletânea, é possível assistir aos bastidores da escrita de um grande autor. Nessas narrativas, embora não se encontre o crème de la crème de sua literatura, desfruta-se um Bolaño mais livre e não menos genial.

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[Lista] 5 casas cheias de histórias

1. Casa de Julieta (Casa di Giulietta), em Verona, na Itália: essa sacada da foto talvez seja a mais famosa da literatura mundial! Impossível vê-la e não lembrar desta cena icônica, no Ato II da obra-prima de William Shakespeare:

Julieta aparece na sacada.

Mas que luz raia agora na janela?
É o Oriente; e o Sol és tu, Julieta.
Vem, Sol, matar a despeitosa Lua,
Pálida e enferma, de tristeza e inveja,
Ao ver que sua beleza é superada
Por seu vassalo. (…)

JULIETA Ó, Romeu! Por que tens de ser Romeu?
Renuncia a teu pai, nega teu nome;
Ou então jura amar-me para sempre,
E hei de dizer: não sou mais Capuleto.

A trágica história de amor se passa em Verona. Em meio às discussões se a trama é ficcional ou não, a cidade do norte da Itália abraçou a fama que a literatura lhe emprestou e se fixou no imaginário popular como berço desse amor.

A sacada foi construída muito tempo depois do século XVI, época em que a obra foi escrita, e fez parte dos investimentos da cidade de Verona para atrair os turistas. Podemos dizer que foi um trabalho muito bem feito. A atmosfera do local realmente faz você se sentir dentro da obra de Shakespeare.

A casa é aberta à visitação e é possível inclusive subir até a sacada. No interior, móveis e vestuários recriam as características da época.

As superstições contribuem ainda mais para o turismo. No pátio externo, há uma estátua de bronze de Julieta e diz a lenda que quem tocar seu seio direito terá felicidade no casamento. Nas paredes da entrada, também são depositadas mensagens de amor. Quem já assistiu ao filme Cartas para Julieta sabe dessa tradição!

A prefeitura de Verona tenta conter a prática de escrever direto no muro, para preservar a construção, mas, especialmente em épocas de alta temporada, fica quase impossível esse monitoramento. No verão, o pátio fica lotado e tanto a estátua, quanto o muro e a sacada são bastante concorridos. É preciso um pouquinho de paciência, mas vale a espera!

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Eu visito livrarias

Eu visito livrarias. É isso mesmo: ir à livraria para mim é mais do que sair para fazer uma compra, é um programa de lazer, é turismo. Lógico que, dificilmente, saio de lá sem uma sacolinha que seja, mas consigo passar horas andando pelos corredores, admirando as estantes, tentando entender sua organização (que às vezes não existe) e lendo orelhas de livro ao acaso.

Gosto de livrarias grandes, pela variedade que podem oferecer, mas tenho um carinho especial pelas livrarias pequenas. Vocês se lembram do filme Mensagem para Você?, com Tom Hanks e Meg Ryan? Pois bem, eu sou do tipo que prefere a loja da Kathleen, que é pequena e de bairro, à megalivraria de Joe Fox.

Me parece que o ambiente e a seleção de títulos nas livrarias menores tendem a ser mais acolhedores e interessantes. Acho que há um toque pessoal do dono nas escolhas dos livros que estão nas prateleiras e na organização. Pode ser que eu esteja imaginando tudo isso, mas se eu tivesse um pequeno negócio desse tipo, seria assim.

No entanto, para visitar livrarias é preciso ser um leitor independente e não atrapalhar o trabalho dos livreiros. Como, algumas vezes, só quero ver a capa do livro por curiosidade ou dar aquela folheada nas páginas, sentir o cheirinho de novo, eu mesma procuro e depois de olhar devolvo exatamente no mesmo lugar. Mudar livros de lugar não é permitido em turismo literário. Meu princípio é simples: não gosto quando bagunçam minha estante, por isso não farei isso com a dos outros!

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