No começo do ano passado, quando soube que um câncer descoberto nove anos antes tinha progredido para um estágio terminal, o escritor e neurocientista Oliver Sacks não procurou esconder a notícia. Sua reação foi a mais genuína possível para uma vida inteira dedicada à ciência e à escrita: Sacks publicou um artigo muito sereno para o The New York Times, do qual era um colaborador frequente, falando sobre sua doença, suas preocupações, agradecimentos e sua disposição para continuar vivendo da melhor – e mais intensa – forma possível até o fim. 

Em Sempre em Movimento, sua autobiografia lançada no ano passado pela Companhia das Letras, vemos que Sacks tinha, de fato, muito a agradecer. Com sua impressionante curiosidade intelectual e um espírito aventureiro que pouco se encaixam à visão que temos de um neurologista, Sacks viveu uma vida intensa, no qual colecionou paixões, amizades, livros, pacientes e, claro, leitores.

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