No último dia 22, o mundo perdeu um de seus maiores escritores em língua inglesa: aos 85 anos, morreu Philip Roth. Com mais de 30 romances publicados e grande reconhecimento da crítica, tendo inclusive levado um Pulitzer por A Pastoral Americana, Roth passou a fazer parte de uma célebre, ainda que infame, lista: a de autores consagrados que não receberam a maior láurea da literatura mundial, o prêmio Nobel.

Nos últimos anos, Roth foi figura frequente entre os mais cotados a levar o prêmio, mas acabou sendo passado à frente por Svetlana Aleksiévitch (até então desconhecida do público em geral), por um cantor (Bob Dylan) e por um autor mais jovem e menos consagrado (Kazuo Ishiguro). Ainda que sejam escritores de talento inegável, é difícil entender como Roth foi preterido.

É claro que ele não é o único injustiçado – já até fizemos uma lista por aqui sobre grandes autores que não figuram no rol dos homenageados, no qual estão nada menos do que Tolstói e Joyce. Mas a reticência da Academia Sueca, nos últimos anos, em homenagear autores já amplamente reconhecidos é intrigante, quando não amplamente polêmica, como foi com Bob Dylan. Em 2018, vale lembrar, não teremos combustível para animar essa discussão: por causa de escândalos envolvendo acusações de abuso sexual por parte do marido de uma autora membro da academia, o prêmio não será entregue neste ano – havia algo de pobre no reino da Noruega, como brincou o tradutor Jorio Dauster.

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