Terminar um livro extenso está entre as maiores vitórias de um leitor. Os que ultrapassam as mil páginas ou têm mais de um volume dão um orgulho extra. Se é um clássico, então, é motivo para você começar toda conversa literária citando sua conquista.

Não sou maratonista, mas acredito que seja uma sensação parecida com a de um atleta ao concluir uma prova longa. Esse tipo de leitura exige concentração, perseverança e disciplina, e quando você vira a última página parece que todo o esforço valeu a pena.

São diversas as táticas para encarar uma leitura longa. Há quem leia metodicamente a mesma quantidade de páginas todos os dias. Há quem prefira seguir o ritmo da história. Eu sou um meio termo. Começo me planejando: “se eu ler x páginas por dia, termino em x dias”. Isso me anima no início, porque o que parece interminável ganha limites tangíveis. Mas a realidade é uma outra história. Os trechos morosos, bem como os mais excitantes, estragam qualquer planejamento.

Outro detalhe que pode atrapalhar bem o cronograma é de ordem prática. Quem consegue carregar Guerra e Paz na bolsa, por exemplo? Embora eu tenha vontade de mostrar a todos que estou lendo aquele calhamaço, a saúde da minha coluna me impede. Fato: não dá pra levar as leituras longas para todos os lados.

É preciso reservar um tempo em casa e preparar os braços, porque, dependendo da posição que você escolhe, a leitura se torna quase um exercício de musculação – levantamento de livro. Embora eu ame edições gigantescas com suas lombadas de letras garrafais que impõem respeito em qualquer estante, tenho que admitir que aquelas divididas em volumes são mais práticas.

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