Em O Jornalista e o Assassino, a repórter Janet Malcom retoma a história de um famoso crime nos Estados Unidos para refletir sobre princípios jornalísticos e, principalmente, sobre a delicada relação moral entre jornalistas e suas “fontes”, os personagens que dão vida e cor às histórias narradas em grandes reportagens.  

A história do médico Jeffrey MacDonald, acusado e condenado pelo assassinato da esposa e das duas filhas pequenas, é o pano de fundo desse livro, mas não é exatamente essa a história que Malcom quer contar. MacDonald nunca se declarou culpado, a despeito de diversas evidências que lhe eram bastante desfavoráveis. Ao fim do julgamento, que o sentenciou à prisão perpétua, decidiu procurar alguém que pudesse fornecer a sua própria versão dos fatos. Esse alguém seria o jornalista Joe McGinniss, que havia alcançado o sucesso com a publicação de A Promoção do Presidente, um relato sobre as táticas usadas pelo então candidato à Presidência Richard Nixon para parecer menos detestável aos eleitores.

Malcom expõem o conflito ético subjacente nessa relação logo no primeiro parágrafo:

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