Em apenas duas décadas, a cidade de Nova York foi palco de grandes transformações: da profunda crise econômica que se seguiu à quebra da Bolsa de Valores, em 1929, ao considerável esforço de guerra que tomou a cidade na esteira do ataque japonês à Pearl Harbour. Praia de Manhattan (Intrínseca, 448 páginas), da escritora Jennifer Egan, usa exatamente esse cenário para contar a história de amadurecimento de Anna Kerrigan, da infância ao início de sua vida adulta.

A história é contada a partir do ponto de vista de três personagens: além de Anna, seu pai e Dexter Styles, um conhecido gângster nova iorquino, também elaboram suas versões dos fatos. O romance começa com Anna ainda jovem, com cerca de 12 anos, visitando a casa de Styles ao lado de seu pai, em um dos furtivos encontros de trabalho entre os dois.

Aos poucos, alguns dos conflitos que cercam os personagens ficam claros. O pai de Anna perdeu tudo com a quebra da Bolsa e passou a depender de alguns trabalhos escusos para manter o padrão de vida da família, que inclui uma filha deficiente. Anna não consegue entender exatamente em qual vida seu pai está imergindo, até seu desaparecimento repentino, quando ela ainda era adolescente.

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