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[A Máquina de Fazer Espanhóis] Semana #7

Estamos apreensivas: o que terá acontecido no Lar da Feliz Idade? Depois de testemunhar o sofrimento do amigo Esteves e remexer em algumas memórias, António é surpreendido por uma notícia horrorosa, que descobriremos na leitura da próxima semana de A Máquina de Fazer Espanhóis, de Valter Hugo Mãe. Avançamos mais dois capítulos – até a página 175, se você tem a edição da Biblioteca Azul, ou até a página 161, se você tem a edição da Cosac Naify.

Por Mariane Domingos e Tainara Machado

Prestes a completar 100 anos, em vez de ganhar um presente, Esteves recebeu um castigo: a mudança de quarto. Perdeu o direito à vista esperançosa das crianças a esbanjar juventude e se viu obrigado a dividir o espaço com o senhor Medeiros, dono de um corpo inerte, não fosse pelo olhar e pelos gemidos inquietantes.

o esteves dizia que já muito tempo havia passado, e que aquilo era um desrespeito pelo seu centésimo aniversário. uma data tão bonita, uma vitória tão grande do seu espírito sobre a vida, e o feliz idade fazia-lhe aquela desfeita, metendo-o à varanda do cemitério para se convencer a desistir mais depressa.

Não é a primeira vez que percebemos no romance a ideia da vida como uma luta constante. O verbo “desistir” nesse contexto vem bem a calhar. Viver é um ato de bravura, mais ainda quando a velhice já é um fato, como no caso do amigo centenário de António.

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[Resenha] Meia-Noite e Vinte

Daniel Galera se tornou uma espécie de “fenômeno literário” brasileiro com Barba Ensopada de Sangue, lançado em 2012. Seu novo romance era aguardado, portanto, com uma expectativa enorme. Meia-Noite e Vinte confirma o autor como o expoente maior de uma safra de ótimos escritores como há muito não se via na cena literária brasileira.

O ponto de partida de Meia-Noite e Vinte é justamente a morte de uma espécie de alter ego de Galera, Andrei Dukelsky, descrito como “um dos maiores novos talentos da literatura brasileira contemporânea”. Mais conhecido pelo apelido, Duque foi morto de forma brutal, ao ter seu celular levado durante uma corrida pelas ruas de Porto Alegre.

A tragédia, que chega a Aurora por meio do Twitter, força a aproximação dela com os outros dois narradores do livro, Antero e Emiliano. Juntos, os quatro haviam escrito, na virada do milênio, um cultuado fanzine digital, chamado Orangotango.

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