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[Canção de Ninar] Semana #9

Chegamos ao fim de mais um Clube do Livro do Achados & Lidos! E aí, o que achou deste romance da franco-marroquina Leïla Slimani, Canção de Ninar? Animados com a vinda dela para a Flip deste ano? Na próxima semana, publicaremos, aqui no blog, as impressões dos nossos leitores! Mande sua opinião para nós no e-mail blogachadoselidos@gmail.com ou aqui nos comentários!

Mariane Domingos e Tainara Machado

Por fim, toda escuridão que vinha tomando conta de Louise explode no ato nefasto do início do livro. A babá já não é mais capaz de suportar o peso de sua existência solitária, nem a realidade opressora que a rodeia. Quando se vê encurralada, sem nenhuma perspectiva, ela reage da pior forma, silenciando, com violência, aquele mundo no qual ela não se sente mais acolhida.

Embora Slimani construa uma personagem que, claramente, tem sérios problemas psicológicos, é interessante notar como a autora não deixa escapar o quanto o contexto social contribui para moldar o comportamento humano. Louise é o ponto extremo a que uma situação de injustiça e desigualdade em diversos aspectos pode levar.  

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[Lista] 5 clássicos em edições especiais

Nesta semana, minha casa ganhou uma prateleira nova, e não há desculpa melhor do que essa para enfileirar aqueles livros lindos que são verdadeiros xodós. Por isso, a lista dessa semana é temática: escolhi cinco clássicos em edições especiais que deixam qualquer estante mais bonita! Curioso? Confira a lista abaixo e, claro, não deixe de comentar qual é o livro que você guarda  com tanto carinho  que acaba até virando enfeite?

1. As Cidades Invisíveis, de Italo Calvino (Companhia das Letras, 200 páginas): Bom, para começar, essa é uma edição ilustrada, o que automaticamente configura um livro muito especial. Matteo Pericoli elaborou uma ilustração para cada cidade do imenso império mongol descrita pelo viajante veneziano Marco Polo a Kublai Khan, imperador dos tártaros. Os desenhos estão escondidos e precisam ser desdobrados para ser vistos, em uma bela alusão ao título. Além disso, eles são destacáveis  e podem virar um lindo quadrinho enfeitando a sua estante. É ou não para amar? Por último, mas não menos importante, esse é um dos livros mais marcantes do mestre italiano Italo Calvino, no qual o tom de fábula é predominante e as cidades são apenas símbolos da grandeza da existência humana.

Uma descrição de Zaíra como é atualmente  deveria conter todo o passado de Zaíra. Mas a cidade não conta o seu passado, ela o contém como as linhas da mão, escrito nos ângulos das  ruas, nas grades das janelas, nos corrimãos das escadas, nas antenas dos para-raios, nos mastros das bandeiras, cada segmento riscado por arranhões, serradelas, entalhes, esfoladuras. 

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[Resenha] Meio Sol Amarelo

Em sua famosa palestra para o TedTalks, a escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie falou do perigo da história única, da visão comum e unificada da história africana, um legado do colonialismo. Em Meio Sol Amarelo, livro de 2008 reeditado recentemente pela Companhia das Letras, a autora busca justamente dar voz e cores para a Guerra da Biafra, vista quase sempre por uma única lupa: como mais uma das tantas guerras civis que assolaram o continente.

O centro da narrativa é a casa de Odenigbo e Olanna em Nsukka, cidade universitária nigeriana. Odenigbo é um professor bem relacionado no campus, seguro de si, com voz ativa sobre a independência nigeriana, sobre costumes e heranças do colonialismo. Já Olanna é descendente da classe alta do país, filha de um influente empresário, mas que não se reconhece em seu meio familiar. O personagem mais empático, contudo, é Ugwu, que chega ainda muito novo para trabalhar na casa de Odenigbo, saído de um pequeno vilarejo no qual cada pedaço de peixe era disputado pela família. Seu assombro sobre os costumes descritos por sua tia nos cativa logo na primeira página:

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