Tag: lista (página 4 de 4)

[Lista] 5 personagens queridos

Sabe aquele personagem que deixa saudade quando a leitura termina? Ou que dá vontade de conhecer, abraçar e conversar? Ou ainda que parece tão real, que você tem até um rosto bem definido e uma voz para ele? Hoje é dia de personagens queridos na Lista da Semana!

1. Jean Valjean: já comentei em um Leitor no Divã aqui no blog que uma das minhas maiores dificuldades na leitura de Os Miseráveis surgiu depois que terminei o livro. Não conseguia me desapegar do personagem Jean Valjean. Como o próprio título antecipa, o clássico romance de Victor Hugo não trata de histórias de vida fáceis ou tranquilas. Ele fala de gente miserável, que sofre de tudo e mais um pouco. Jean Valjean é um deles. Quando parece que sua vida vai entrar nos eixos e ele irá aproveitar a paz que merece, acontece outra desgraça. A força, a persistência e a generosidade do personagem diante das rasteiras que a vida lhe dá cativam qualquer leitor. Uma das partes mais bonitas (e longas) do livro é talvez a mais representativa de quem é Jean Valjean. Estou falando do trecho em que ele foge pelos esgotos de Paris, carregando, nas costas, o futuro genro gravemente ferido. Como se não bastasse, encontra todos os tipos de perigo pelo caminho. É ou não é um super-herói? <3

2. Helena: eu sou fã de carteirinha de Machado de Assis. Para mim, ele é gênio da literatura mundial. Helena está longe de ser seu melhor ou mais conhecido romance, mas é um dos meus preferidos. Já perdi a conta de quantas vezes o li. Passei a gostar do nome Helena por causa desse livro. Tenho um carinho especial pela edição antiga da Ática, da Série Bom Livro, bem comum em colégios por sua organização didática. O que me atraiu nessa edição, e me fez escolher o livro na biblioteca da escola, foi a ilustração de uma mulher belíssima na capa, de olhar forte, contrastando com uma roupa delicada e uma flor em suas mãos. De cara, gostei daquela Helena.

A obra representa a transição da fase romântica para a fase realista de Machado. Ainda há resquícios de história água com açúcar, típica do modelo de romance romântico. Mas a escrita inteligente de Machado, sobretudo nas análises ácidas dos costumes, sociedade e política da época, não deixa o livro cair em estereótipos. O mistério que envolve a personagem Helena equilibra um pouco a posição de vítima em que ela é colocada, tornando-a uma personagem interessante. Ela é o símbolo de uma opinião muito clara de Machado, que aparece em outros livros do escritor: o mundo e as regras da vida em sociedade são impiedosas com os desfavorecidos e genuínos. Quem se sobressai são os hipócritas, que vivem e defendem um mundo de aparência e de poder. Helena não tem a força para vencer esse cenário desfavorável, mas ainda assim é uma personagem memorável.

Leia mais

[Lista] 10 livros para ler em 2016

lista-da-semana1

1. Linha M (Patti Smith): Há alguns anos, a cantora e escritora Patti Smith escreveu Só Garotos,  em que fala de sua história ao lado do fotógrafo Robert Mapplethorpe. O livro foi bastante elogiado e peguei ele na mão várias vezes nas livrarias, mas acabei não levando. No ano passado, ela publicou Linha M, sobre perdas, memórias, melancolia. As críticas foram amplamente favoráveis e em breve chega a edição traduzida pela Companhia das Letras. Dessa vez não haverá hesitação na fila do caixa.

2. Minha Luta (Karl Ove Knausgard): Minha Luta é, na verdade, uma (longa) série autobiográfica, que tem início com A Morte do Pai. A New Yorker publicou recentemente um excerto do quinto livro, “Na Academia de Escrita”, e me entusiasmou a enfrentar as quase 3,5 mil páginas dos seis volumes. Vamos ver se não será mais um capítulo da série Eternos Começos.

3. Purity (Jonathan Franzen): Jonathan Franzen foi chamado de “o grande romancista americano” pela revista Time em 2010, quando a publicação colocou seu quarto romance, Liberdade, na capa. Cinco anos depois, o mestre em tratar de dramas típicos de famílias de classe média, volta com Purity,  sobre uma menina de 23 anos afundada em dívidas estudantis, sem saber o que fazer da vida. Ainda não ganhou tradução em português, mas não pretendo esperar até lá.

Leia mais

Post mais recentes

© 2024 Achados & Lidos

Desenvolvido por Stephany TiveronInício ↑