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[Divã] Grandes (ou pequenos) spoilers da literatura

Alerta: esse texto contém (alguns) spoilers.

Um assunto que move paixões na internet são os spoilers. A expressão, que vem do verbo inglês “to spoil” e significa literalmente estragar algo, é levada bem a sério por quem faz maratonas de séries de televisão ou acompanha sua saga favorita no cinema.

Quer um exemplo? É só entrar no Twitter depois de um episódio de fim de temporada de Game of Thrones para ver a rede social se transformar em um palco de batalha mais sangrento que os da série.

Entre os maratonistas literários, os spoilers podem causar menos cizânia, mas ainda assim podem gerar debates acalorados. De um lado, aqueles que não suportam saber como termina uma narrativa. Do outro, quem não segura a curiosidade e já corre para a última página para saber o destino de seu personagem preferido.

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[Resenha] Tudo Pode Ser Roubado

Garçonete de um famoso restaurante em São Paulo, a personagem principal de Tudo Pode Ser Roubado, romance de estreia de Giovana Madalasso (Todavia Livros, 189 páginas), está sempre à espreita de breves encontros sexuais que possam terminar com objetos de valor sutilmente furtados.

Descrita como uma “sonhadora mequetrefe”, ela parece se importar pouco com o fato de levar uma vida que muitos poderiam caracterizar como sem propósito. Suas ambições momentâneas, depois de sair do “fungo”, o apartamento sem incidência de luz solar em que morou quando chegou a São Paulo, envolvem dar entrada no seu apartamento e não ser demitida do trabalho no restaurante, onde a galeria de alvos potenciais para seus roubos é extensa.  

Seu cotidiano vazio acaba sofrendo uma reviravolta quando é procurada por um tipo duvidoso. Chamado de Biel, o personagem, espécie de pilantra profissional, lhe traz uma proposta arriscada e inusitada: o roubo de um livro raro, usando suas táticas de sedução para subtraí-lo da casa de um professor. O colecionador que contratou os serviços do vigarista nos remete quase imediatamente a Charles Cosac, ex-dono da editora que levava o seu nome e de um sócio (Cosac & Naify). Descrito neste perfil do jornal Valor Econômico como um colecionador voraz de obras de arte, Cosac é de uma personalidade marcante, capaz de levar os dedos do avô falecido pendurados no pescoço.

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[O Retrato de Dorian Gray] Semana #7

Foi difícil segurar a leitura no último trecho! Será que a grande revelação vai acontecer? Vamos descobrir na leitura da próxima semana. Avançamos mais dois capítulos, o 13 e o 14, até a página 203 se você tem a edição da foto de O Retrato de Dorian Gray, de Oscar Wilde, da Penguin-Companhia.

Por Mariane Domingos e Tainara Machado

Os anos avançam e a beleza de Dorian Gray se conserva na mesma medida em que sua alma e seu retrato se corrompem. Quase duas décadas se passam e Wilde resume em um capítulo, mais pautado em reflexões do em que ações, a vida de Dorian Gray nesse período: uma existência totalmente centrada no prazer.

O personagem coloca sua experiência sensorial e seus desejos acima de qualquer moral e leva uma vida que, não demora muito, vira alvo das fofocas da época. Época, aliás, que Wilde não perde a oportunidade de criticar:

Neste país basta alguém ser ilustre e ter cérebro para que todas as línguas vulgares se agitem contra ele. E que espécie de vida leva a gente que afirma ter moral? Meu caro amigo, você esquece que estamos na terra natal da hipocrisia.

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[Lista] 5 livros sobre momentos históricos do século XX

O século XX foi marcado por guerras, genocídios, explosões nucleares e revoluções que marcaram gerações em diferentes continentes. Mais do que nunca, escritores buscaram retratar esses acontecimentos, seja como testemunha ocular, seja por meio de relatos capazes de humanizar eventos aparentemente distantes. Na lista de hoje, selecionamos cinco livros sobre momento históricos dos últimos cem anos, entre reflexões filosóficas, ficção e jornalismo literário! A lista, obviamente, não se esgota nesses cinco títulos. Deixe sua dica de leitura para quem se interessar sobre o tema nos comentários!

1. Hiroshima, de John Hersey – Publicado originalmente no dia 31 de agosto de 1946 na revista The New Yorker, um ano depois da explosão da bomba atômica que matou milhares de japoneses na cidade de Hiroshima, o artigo de John Hersey se tornaria um clássico do jornalismo literário. Vencedor do prêmio Pulitzer, Hersey buscou retratar o dia da explosão por meio dos relatos de seis vítimas,  em um livro assombroso sobre uma das maiores atrocidades cometidas durante a Segunda Guerra Mundial, que permitiu que o mundo tomasse conhecimento dos efeitos catastróficos dar armas nucleares, especialmente quando usadas contra uma população civil indefesa.

A sra. Hatsuyo Nakamura, a viúva do alfaiate, lutou para desvencilhar-se das ruínas de sua casa, após a explosão, e, ao ver sua caçula, Myeko, soterrada até o peito e incapaz de se mover, rastejou pelos escombros, afastando tábuas e removendo telhas, no afã de libertar a menina. Então ouviu duas vozes, provenientes das profundezas, do que parecia uma caverna distante: “Tasukete! Tasukete! Socorro! Socorro!˜.

Ela chamou o filho de dez anos e a filha de oito: ˜Toshio! Yaeko!˜

As vozes responderam.

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[O Retrato de Dorian Gray] Semana #5

O encontro entre a paixão de Dorian Gray com seus amigos se mostrou uma verdadeira tragédia grega, levando o personagem a um dilema: deveria criar consciência sobre suas ações ou se entregar a uma vida de prazeres e pecados? Curioso para saber a decisão de Gray? Leia  o post completo no blog! Para a próxima semana, avançamos os capítulos 9 e 10 de O Retrato de Dorian Gray, de Oscar Wilde, até a página 148, se você tem a edição da foto, da Penguin-Companhia.

Por Mariane Domingos e Tainara Machado

A paixão arrebatadora de Dorian Gray por Sibyl Vane foi tão repentina quanto fugaz, como já esperávamos. O amor do jovem não resistiu ao primeiro encontro dela com seus amigos e se espatifou, mais uma vez evidenciando a superficialidade dos sentimentos guardados por Gray, estimulado por Lord Henry.

A apresentação de Sibyl Vane como Julieta para uma plateia cheia, comporta também por Lord Henry e Basil Hallward, se mostra um verdadeiro desastre. Ao subir ao palco, a jovem atriz toma um ar de curiosa indiferença, e declama mesmo as mais belas das passagens com um tom artificial, falso.

Encerrada a apresentação, entendemos um pouco melhor a mudança de tom na atuação de Sibyl Vane, em uma oposição entre idealização e realidade, entre a superficialidade dos sentimentos e a verdade das intenções de um e outro. Para Vane, o amor verdadeiro tinha um valor mais elevado do que as paixões representadas na arte, tornando sua atuação medíocre quando descobre o que é se apaixonar. A realidade, no seu caso, tinha um peso maior do que as aparências.

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