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[O Mestre e Margarida] Semana #2

Um encontro inusitado e um diálogo de humor afiado marcaram o início de O Mestre e Margarida. Já pressentimos uma ótima leitura pela frente! Para a próxima semana, vamos até a página 72 (capítulo 6).

Por Mariane Domingos e Tainara Machado

Uma conversa entre dois amigos, um poeta e seu editor,  e um terceiro desconhecido que se intromete. Até aí, nada de muito novo. Mas à medida que o diálogo avança, percebemos que esse desconhecido não é uma criatura comum. Parece estrangeiro, embora apresente um russo perfeito (além de várias outras línguas). Tem uma fala eloquente, sendo capaz de discutir os temas mais polêmicos, com uma erudição impressionante. Sua aparência também  não passa despercebida:

Antes de tudo: o descrito não mancava de nenhuma das pernas, e a estatura não era pequena nem imensa, porém simplesmente elevada. No que tange aos dentes, do lado esquerdo as coroas eram de platina e, do direito, de ouro. Trajava um caro terno cinza e sapatos estrangeiros da cor do terno. Trazia uma boina cinza de lado e, debaixo do braço, uma bengala com um castão preto na forma de uma cabeça de poodle. Aparentava uns quarenta e poucos anos. A boca era meio torta. Bem barbeado. Moreno. O olho direito era preto, o esquerdo, por algum motivo, verde. Sobrancelhas pretas, só que uma mais alta do que a outra. Em suma, um estrangeiro.

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[Divã] O futuro das livrarias

As últimas semanas foram repletas de notícias bombásticas para os apaixonados por literatura. Infelizmente, as surpresas não foram boas. Primeiro, a crise na Livraria Cultura e a possível fusão com a Saraiva. Depois, os rumores sobre o encerramento das operações da Fnac no país.

O que está acontecendo com o mercado? Que os brasileiros não estão entre os povos que mais leem no mundo, não é novidade para ninguém. Isso, no entanto, não impediu que as grandes livrarias sobrevivessem e até expandissem sua presença no território nacional nas últimas décadas. Crise econômica? Sem dúvida, todos os setores sentem seus efeitos, mas não acredito que ela seja predominante para a situação em questão. Observando meus próprios hábitos de consumo, cheguei à conclusão de que o faturamento das livrarias vem caindo porque o modelo de negócio está se transformando.

Impossível não identificar nesse cenário a presença da Amazon no Brasil. Promoções todos os dias, preços muito mais baixos que os do mercado e agilidade (muita agilidade) na entrega. Sempre que um livro sai da minha lista de desejo para o carrinho, entram pelo menos uns cinco novos. A julgar pelo meu comportamento de consumo, eles lucram em cima da quantidade. Dá pra contar nos dedos as vezes em que comprei na Amazon e não atingi o valor mínimo para não pagar frete. Minha lógica funciona assim: R$ 4,90 no frete? Com mais R$ 5 ou R$ 10 pego um livro do super saldão da Cosac Naify. Um desperdício gastar esse valor em um serviço que pode ser gratuito! E tenho certeza de que não sou a única que pensa assim.

Embora eu tenha comprado muito mais online nos últimos tempos, ainda frequento livrarias e faço compras que me custam, somando ao valor do livro os gastos com deslocamento, em média 40% a mais do que se eu tivesse comprado na Amazon. Por quê?

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