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[A Máquina de Fazer Espanhóis] Semana #2

A leveza da escrita de Valter Hugo Mãe já nos capturou! Embora seja difícil interromper a leitura de A Máquina de Fazer Espanhóis, vamos avançar apenas mais dois capítulos nesta semana, até a página 71, se você tem a edição da foto, ou até a página 55, se você tem a edição da Cosac Naify.

Por Mariane Domingos e Tainara Machado

A primeira página de A Máquina de Fazer Espanhóis é um misto de surpresa e apreensão. Se este foi seu primeiro contato com a obra de Valter Hugo Mãe, é provável que tenha se assustado com o texto todo em letra minúscula e com a ausência de exclamações, interrogações e travessões. A Tainara, uma novata quando falamos do autor português, logo se questionou: “será mais um livro a entrar na lista de longas tentativas e quase nenhum avanço?”

Passadas mais duas ou três folhas, porém, esse sentimento desvanece. O temor de a leitura não fluir é substituído por um encanto com a sua prosa quase lírica, por uma  vontade repentina de não parar mais de ler A Máquina de Fazer Espanhóis. Hugo Mãe tem a admirável capacidade de conquistar o leitor com uma escrita sofisticada e nada óbvia.

A estrutura de sua narrativa é inventiva. Aos poucos, somos apresentados a António, um senhor de 84 anos que está na sala de espera de um hospital, ouvindo a conversa interminável de Cristiano, um falante funcionário do local. Laura, a esposa de António, havia dado entrada na emergência depois de um mal estar, a princípio nada alarmante, dada a sua idade já avançada.

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[Resenha] Diga o Nome Dela

imagem pacífico

Seguir em frente pode significar deixar tanto para trás que se torna insuportável. Em Diga o Nome Dela, o escritor americano Francisco Goldman enfrenta com maestria um sentimento tão paradoxal e particular ao luto. Se desfazer de objetos, roupas e livros é difícil porque aos poucos se percebe que será preciso se deparar com uma segunda morte, às vezes até mais dolorosa, que é a das memórias.

Embora seja um autor razoavelmente conhecido nos Estados Unidos, colaborador da The New Yorker, Goldman teve apenas este livro traduzido e publicado no Brasil, pela Cia da Letras. Conheci a história nas páginas da revista piauí, e fiquei com aquele texto ecoando na minha cabeça por semanas – gosto, não sei bem explicar por quê, de histórias de grandes amores e finais tristes.

Meses depois, encontrei-o dando sopa em uma feirinha de livros na redação. No excerto do livro publicado pela piauí, Goldman conta como conheceu sua jovem esposa, Aura, como a pediu a esposa em casamento, os temores dela sobre a probabilidade de ficar viúva jovem (a diferença de idade entre os dois era de 20 anos) e encerra o texto com sua morte prematura.

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