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[Divã] Fenômenos literários

Como vocês sabem, estamos super animadas com o livro escolhido para o 11º Clube do Livro do Achados e Lidos. O título selecionado foi Canção de Ninar, da franco-marroquinha Leïla Slimani (quer saber mais sobre a autora e a obra? Clique aqui!). Um daqueles fenômenos literários raros – sucesso de público e crítica – o livro já vendeu mais de 600 mil exemplares e, ao mesmo tempo, levou o Prix Goncourt, mais prestigioso prêmio literário francês.

Reunir esses dois atributos é, sem dúvida, um grande feito. No mercado, não faltam best-sellers, como a trilogia Cinquenta Tons de Cinza, ou praticamente todo livro lançado por Jojo Moyes, que atraem milhares de  leitores, mas são solenemente esnobados pela crítica especializada. O que será necessário, então, para fazer nascer um fenômeno como Slimani?

A autora parece reunir, em sua obra, várias qualidades que a aproximam do público, como uma linguagem fácil e acessível e um romance que se inicia em clima de suspense, com atributos literários consideráveis, como sua capacidade de fazer o leitor enxergar outras realidades e nuances do cotidiano por meio de personagens bem construídos. Os temas que ela levanta também são socialmente relevantes. De origem marroquina, Slimani viveu a maior parte da vida na França, o que faz dela uma ótima porta-voz sobre imigração, capaz de escrever com autoridade sobre as sutilezas do preconceito com que estrangeiros são tratados em um país pouco tolerante com quem vem de fora.

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[O Retrato de Dorian Gray] Semana #7

Foi difícil segurar a leitura no último trecho! Será que a grande revelação vai acontecer? Vamos descobrir na leitura da próxima semana. Avançamos mais dois capítulos, o 13 e o 14, até a página 203 se você tem a edição da foto de O Retrato de Dorian Gray, de Oscar Wilde, da Penguin-Companhia.

Por Mariane Domingos e Tainara Machado

Os anos avançam e a beleza de Dorian Gray se conserva na mesma medida em que sua alma e seu retrato se corrompem. Quase duas décadas se passam e Wilde resume em um capítulo, mais pautado em reflexões do em que ações, a vida de Dorian Gray nesse período: uma existência totalmente centrada no prazer.

O personagem coloca sua experiência sensorial e seus desejos acima de qualquer moral e leva uma vida que, não demora muito, vira alvo das fofocas da época. Época, aliás, que Wilde não perde a oportunidade de criticar:

Neste país basta alguém ser ilustre e ter cérebro para que todas as línguas vulgares se agitem contra ele. E que espécie de vida leva a gente que afirma ter moral? Meu caro amigo, você esquece que estamos na terra natal da hipocrisia.

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[Resenha] As Perguntas

Alina é uma jovem de quase trinta anos que leva uma vida absolutamente pacata em uma São Paulo cada vez mais caótica. Até que uma investigação policial a leva a questionar algumas certezas sobre vida, morte e religião. Em As Perguntas, novo livro de Antônio Xerxenesky, lançado pela Companhia das Letras neste mês, há pouco espaço para respostas.

O romance, bastante intrigante, une em uma mesma narrativa questionamentos sobre o pesadelo cotidiano e uma história de terror que nos faz colocar em dúvida nossas crenças mais arraigadas. O autor, selecionado como um dos 20 melhores jovens escritores brasileiros pela revista literária Granta, volta a um tema que já havia sido explorado em seu livro anterior, F., o ocultismo.

A história se passa em um único dia da vida de Alina, com algumas pequenas pinceladas sobre  momentos passados que contextualizam a história. As primeiras páginas do livro são enigmáticas. Alina relembra os pesadelos em que acordava ainda cercada por sombras. Seus pais, ferrenhos defensores do pragmatismo da ciência, explicavam que era um “truque” do cérebro, e Alina acabou convencida.

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