A escolha foi difícil! Entre uma história tensa sobre uma família e sua babá e um dos romances clássicos de Jane Austen, vocês escolheram, com 58% dos votos, Canção de Ninarda marroquina Leïla Slimani. Hoje publicamos uma pequena introdução da obra, mas na próxima semana já avançamos até a página 30, na edição da Planeta (foto). Como sempre, também vamos sortear um exemplar do livro, no dia 12 de abril. Para participar, basta acessar o nosso perfil no instagram (@achadoselidos) e seguir as instruções do post oficial!

Mariane Domingos e Tainara Machado

Leïla Slimani tem apenas 37 anos, mas traçou uma ascensão quase meteórica  nos meios literários, com impulso dado por Canção de Ninar. Por essa obra, ela levou o Prêmio Goncourt, a mais prestigiosa láurea concedida para autores que escrevem em francês.

Seu primeiro livro editado no Brasil, Canção de Ninar, explora a evolução das relações familiares a partir da entrada das mulheres no mercado de trabalho, com a presença cada vez mais comum de babás nos lares. Falar desse tema, no entanto, estava lhe impondo um problema: como ela contou em entrevista ao jornal Estado de S. Paulo, seu livro estava ficando chato. Por  isso, decidiu introduzir logo nas duas primeiras páginas uma tragédia que dá o tom de tensão de toda a obra. É por meio desse acontecimento fatal que ela explora a relação aparentemente banal de uma família e a babá de seus dois filhos.

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A leitura promete uma ótima reflexão sobre a interação entre diferentes classes sociais e a responsabilidade que é entregar a criação dos filhos a uma terceira pessoa, fora do círculo familiar. Acreditamos que essa leitura tende a ser bastante interessante para nós, brasileiros, acostumados a contar com mão de obra abundante para serviços domésticos, uma realidade que está apenas começando a mudar com o aumento de salários no país.

Além disso, o romance de Slimani também aborda um tema que costuma render ótimas histórias: a tênue fronteira entre sanidade e loucura. Se na superfície quase todos nós somos normais, nos recônditos de nossa personalidade há sempre um espírito à espreita, capaz de ações de loucura inimaginadas (em O Conto Zero, resenhado aqui, Sergio Sant’Anna abordou de forma magistral esse conflito no conto Flores Brancas).

Esses parecem ser os eixos dominantes em Canção de Ninar, e estamos bastante curiosas para essa leitura, que tem sido sucesso de público e crítica, com mais de 600  mil exemplares vendidos no mundo. Diante desse sucesso estrondoso, Slimani, que nasceu em Rabat, no Marrocos, mas vive em Paris desde os 17 anos, foi convidada pelo presidente francês Emmanuel Macron para ser uma espécie de embaixadora da literatura francesa no mundo. Além de Canção de Ninar, ela publicou também Le Jardin De L’Ogre, que deve ganhar edição no Brasil em breve.

A autora, que tem feito sucesso por aqui, fará sua primeira visita ao país em julho, para participar da Festa Literária Internacional de Paraty! Já estamos fazendo fila para participar de sua mesa! E vocês? Curiosos para conhecer a obra de Slimani?

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