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“No hipnotizante crepúsculo da metrópole, eu sentia muitas vezes a solidão à minha espreita e dos outros – jovens balconistas pobres que perambulavam diante das vitrines, esperando a hora de entrar num restaurante para um jantar solitário – jovens balconistas à luz do anoitecer, desperdiçando os momentos mais intensos da vida e da noite.”

 

F. Scott Fitzgerald em O Grande Gatsby

“Pode-se passar incólume por Hollywood, como eu fiz, ou desprezá-la com o ódio que reservamos àquilo que não entendemos. Pode-se também entendê-la, mas apenas vagamente, e em flashes. Não chega a uma dúzia o número de homens que algum dia foram capazes de ter na cabeça a equação completa do cinema.”

 

F. Scott Fitzgerald em O Último Magnata

[Lista] 5 dicas de leitura para um feriado

Feriado prolongado é sinônimo de muita leitura! Esta lista é para você que está procurando dicas do que levar na mala ou uma companhia para dias tranquilos em casa. Do clássico ao contemporâneo, da poesia ao romance, temos opções para todos os gostos.

1. A Dama do Cachorrinho e Outros Contos, de A. P. Tchekhov: o mestre russo Tchekhov – diferente de seus compatriotas Tolstói e Dostoiévski, que confirmaram seu talento em longas novelas – dominava a arte dos contos. Sua narrativa concentra os grandes problemas humanos e o desencanto que é estar no mundo em textos breves, densos de significados e dotados de uma força extraordinária.

Nessa coletânea, estão 36 de seus melhores contos, traduzidos, nessa versão da Editora 34, diretamente do russo por Boris Schnaiderman. “A Dama do Cachorrinho”, que dá título ao livro, é o meu favorito e conta a história de um caso de adultério entre um banqueiro russo e uma jovem que ele conhece durante as férias:

Uma experiência variada, realmente amarga, ensinara-lhe, havia muito, que toda aproximação, a qual constitui a princípio uma variação tão agradável na vida e apresenta-se como uma aventura ligeira e aprazível, converte-se invariavelmente, em se tratando de pessoas corretas, especialmente moscovitas, indecisas e pouco dinâmicas, num verdadeiro problema, extraordinariamente complexo, e a situação, por fim, torna-se verdadeiramente difícil. Mas, a cada novo encontro com uma mulher interessante, essa experiência escapava-lhe da memória, vinha-lhe uma vontade de viver, e tudo parecia simples e divertido.

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[Resenha] O Último Magnata

Há livros em que os personagens se sobrepõem a história. O Último Magnata, do escritor norte-americano F. Scott Fitzgerald, é um bom exemplo desse tipo de romance. Monroe Stahr, mandachuva do universo glamoroso do cinema e centro da trama, prende a atenção do leitor de tal forma que o enredo torna-se totalmente secundário.

Cecilia, a narradora da história, confessa, logo nas primeiras páginas, ser uma das muitas pessoas que sucumbiram diante do fascínio que Stahr exerce. Ele é sócio de seu pai e a conhece desde que ela era uma garotinha. A diferença de idade não impede que Cecilia nutra uma paixão não correspondida por Stahr.

Pelos olhos dessa narradora tendenciosa, revela-se um personagem ao mesmo tempo imbatível e vulnerável. Stahr é um típico expoente do sonho americano: self-made man, começou de baixo e, com muito trabalho, chegou ao posto de rei de Hollywood. Executivo influente, suas vontades se tornam realidade, sejam elas plausíveis ou não:

Não havia o que questionar ou discutir. Stahr parecia ter razão sempre – não apenas na maior parte do tempo, mas sempre – sob pena de a estrutura vir abaixo, como se fosse de manteiga e derretesse.

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[Lista] 5 contos inesquecíveis

Quem pensa que contos são um gênero menor, ou menos importante, da literatura está redondamente enganado. Há desafio maior do que construir personagens complexos, um bom enredo e ainda deixar aquele ar de mistério em apenas umas poucas páginas? Para provar que escrever contos não é brincadeira, selecionamos cinco obras inesqueciveis de grandes autores da literatura brasileira e mundial. E você? Tem um conto preferido? Conte para a gente nos comentários!

1. A Sauna, de Lygia Fagundes Telles: Uma das mais importantes escritoras brasileiras é também uma grande contista. Neste texto, publicado em uma coletânea pela Companhia das Letras, um pintor em meio a um bloqueio critativo vai à sauna, onde trava um intenso diálogo interior sobre sua vida amorosa e artística. Ao relembrar conversas com a atual mulher, Marina, o pintor também tenta justificar para si próprio suas atitudes com Rosa, uma mulher inocente e ingênua, para quem ele prometeu uma vida e entregou um vazio.

O fluxo de consciência de um personagem no mínimo desprezível faz desse um dos melhores contos de Seminário dos Ratos (já teve resenha aqui).

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