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[Vozes de Tchernóbil] Semana #7

Reta final de Vozes de Tchernóbil! Para a próxima semana, terminamos a leitura do livro.

Por Mariane Domingos e Tainara Machado

O medo de ter sua história apagada do mapa e da memória é um dos temas de destaque nos depoimentos desse último trecho que lemos. Se voltarmos lá para o comecinho do livro, no capítulo em que Svetlana Aleksiévitch reúne algumas notícias sobre o desastre, logo no primeiro parágrafo, já percebemos que impedir esse esquecimento foi um dos principais estímulos da escritora:

Belarús… Para o mundo, somos uma terra incógnita – uma terra totalmente desconhecida. “Rússia Branca”: é mais ou menos assim que o nome do nosso país soa em inglês. Já Tchernóbil todos conhecem; no entanto, relacionam-no apenas à Ucrânia e à Rússia. Um dia ainda deveríamos contar a nossa história.

Ao longo do livro, identificamos uma série de motivos que levou os entrevistados a expor seus relatos a Aleksiévitch – tristeza, necessidade de compartilhar, indignação, sede de justiça, culpa e, finalmente, o medo de ser esquecido. E não se trata de um receio de ser apagado apenas como indivíduo, mas também como povo:

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“Não usamos palavras (e as palavras não se gastam) quando somos crianças. Eu nasci naquele tempo distante, muito longe dos adjetivos, dos substantivos. Eu não posso dizer, nem sequer pensar: admirável, imenso, poderio. Mas sou capaz de o sentir.”

J. M. G. Le Clézio em O Africano

[Vozes de Tchernóbil] Semana #1

Foi dada a largada! Começamos o segundo Clube do Livro do Achados & Lidos. O título da vez é Vozes de Tchernóbil, da escritora bielorrussa Svetlana Aleksiévitch, vencedora do Prêmio Nobel de Literatura em 2015. Para a próxima semana, vamos ler até a página 51.

Saímos da Nigéria de Chimamanda Ngozi Adichie para Ucrânia de Svetlana Aleksiévitch. De uma tragédia familiar para uma tragédia social. O cenário é o desastre nuclear de Tchernóbil, em 26 de abril de 1986, que levou centenas à morte nos dias seguintes ao acidente, por causa do contato com a radiação. Nos anos posteriores, outros milhares também sofreriam de problemas decorrentes da exposição às partículas radioativas irradiadas da usina.

Como lembra a Companhia das Letras, selo responsável pela edição brasileira, tão grave quanto o acontecimento foi a postura dos governantes e gestores soviéticos, que nem desconfiavam estar às vésperas da queda do regime, ocorrida poucos anos depois. Esquivavam-se da verdade e expunham trabalhadores, cientistas e soldados à morte durante os serviços de reparo na usina.

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