Autor: Tainara Machado (página 27 de 38)

[Divã] Isso que chamamos de festa!

Para acumuladores de livros compulsivos como nós aqui do Achados e Lidos, há um lugar na terra que se assemelha muito ao paraíso: a Festa do Livro da Universidade de São Paulo (USP). O evento acontece todo fim de novembro e já em outubro começamos a nos preparar. Primeiro vem aquela ansiedade com a divulgação das datas. Depois, a espera pelas editoras participantes e, por último, o catálogo que cada uma vai levar para o evento.

São 150 editoras, mas é possível gastar uma pequena fortuna em apenas duas ou três. A Festa acontece desde 1999, sempre organizada pela Edusp, mas só descobri esse maravilhoso evento em 2008, já no segundo ano de faculdade. Eu e a Mari simplesmente não podíamos acreditar quando descobrimos que a USP, entre tantas maravilhas e coisas nem tão legais assim, contava com uma feira de livros com descontos de no mínimo 50%.

De lá para cá, diria que uns 30% da minha biblioteca foi formada nessas datas. Foi por causa da Festa (e da Editora 34, claro) que me apaixonei pelos russos. Foi lá que completei Em Busca do Tempo Perdido, embora até hoje não tenha conseguido passar do terceiro livro da obra-prima de Marcel Proust.

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“Não vemos as coisas como são; vemos as coisas como somos.”

Anaïs Nin em  A Sedução do Minotauro

[Resenha] As Avós

Inspirada pelo último texto da Mari para o Divã, decidi que devia apostar em um nome ainda não citado pelo Achados & Lidos para a resenha desta semana. Olhando para as compras na Festa do Livro da USP (assunto para outro post), escolhi As Avós, de Doris Lessing.

O estilo de Lessing, uma das seis mulheres a levar o Prêmio Nobel de Literatura nas últimas duas décadas, me surpreendeu. Conhecida por seu ativismo político e por seu linguajar afiado ao comentar acontecimentos mundanos, esperava um livro de linguagem forte e rascante, mas o que encontrei foi um tom comedido e, ao mesmo tempo, límpido, como neste trecho de apresentação dos personagens:

Dois belos homens vinham na frente, não jovens, mas apenas o despeito poderia dizer que eram de meia-idade. Um deles mancava. Em seguida duas mulheres tão bonitas quanto eles, de uns sessenta anos – mas ninguém nem sonharia em chamá-las de velhas. Numa mesa evidentemente conhecida deixaram sacolas, cangas e brinquedos, gente serena e radiante, como são os que sabem usar o sol.

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[Lista] 5 começos marcantes

Alguns livros precisam contar com o comprometimento do leitor por algumas páginas para que ele seja de fato fisgado pela história. Outros, porém, já nos capturam na primeira linha. Nesta semana, listamos cinco obras da literatura mundial com começos marcantes, seja por anunciar o fim da morte, subverter a realidade ou, simplesmente, nos brindar com um dos mais bonitos aforismos da literatura.

1. Anna Kariênina, de Liev Tolstói: Não seria possível começar uma lista sobre inícios marcantes de livros sem prestar a devida homenagem à Tolstói. O autor russo dispensa apresentações, mas dá para ter uma ideia de seu brilhantismo só por essa verdade universal estampada na primeira página de Anna Kariênina:

Todas as famílias felizes se parecem, cada família infeliz é infeliz à sua maneira.

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“A morte conhece tudo a nosso respeito, e talvez por isso seja triste. Se é certo que nunca sorri, é só porque lhe faltam os lábios, e esta lição anatômica nos diz que, ao contrário do que os vivos julgam, o sorriso não é uma questão de dentes.”

José Saramago em As Intermitências da Morte

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