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[Enclausurado] Semana #6

Está cada vez mais difícil parar a leitura de Enclausurado! Nesse último trecho, o plano criminoso dos amantes Trudy e Claude começa a se concretizar e tivemos cenas de prender a respiração. Qual será o destino de John? Para a próxima semana, avançamos até a página 126.

Por Mariane Domingos e Tainara Machado

O narrador de Enclausurado é o grande trunfo dessa obra de Ian McEWan – disso já não resta dúvida. Nesses dois últimos capítulos, o feto assume brilhantemente sua ambígua posição de espectador e narrador-personagem. Ver o plano de Claude e Trudy tomando forma a partir da narrativa sarcástica do feto foi o ponto alto do romance até agora.

As referências a Hamlet ficam cada vez mais claras. As similaridades de enredo são óbvias. Na obra de Shakespeare, o filho do rei da Dinamarca, Hamlet, sabe pelo fantasma de seu pai que seu tio Cláudio envenenou o irmão com a ajuda da amante, Gertrudes (que também é sua mãe). Hamlet decide então se vingar.

Mas há outros aspectos, estes bem mais sutis, que remetem à obra shakesperiana. A sensação é de estar assistindo, ao lado do narrador, ora na coxia, ora na plateia, a uma peça de teatro. Os diálogos que parecem decorados, os movimentos ensaiados, os improvisos no script – a concretização do assassinato é uma verdadeira aula de encenação. E de escrita. McEwan imprime um ritmo impressionante à narrativa, com cenas em que o suspense é tão grande que sentimos o mesmo tipo de ansiedade do bebê na barriga de Trudy.

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[Enclausurado] Semana #4

Enquanto os planos de Trudy e Claude para assassinar o pai do narrador ficam cada vez mais claros, o feto inteligente começa a se fazer a pergunta que parece ser chave para essa trama: qual é seu poder de vingança? Ian McEwan consegue nos deixar mais curiosos a cada página. Para a próxima semana, avançamos mais dois capítulos, até a página 96.

Por Mariane Domingos e Tainara Machado

A leitura de Enclausurado continua a nos impressionar pela capacidade com que McEwan desenvolve uma personagem que poderia ser insossa. Entre comentários sarcásticos e mordazes, o feto narrador também reúne cada vez mais indícios de como será o crime que poderá matar seu pai.

Claude pretende assassinar John Cairncross com um anticongelante (em pleno verão, nota o sarcástico feto) dissolvido em alguma bebida, provavelmente uma vitamina. Depois de concretizado o plano, ele e Trudy mencionam também a intenção de “colocar” o bebê em algum lugar.

Colocado não passa de um sinônimo mentiroso para abandonado. Como bebê é um sinônimo de mim. Em algum lugar também é uma mentira. Mãe cruel!

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[Enclausurado] Semana #3

Algumas revelações nessa última leitura tornaram a trama de Enclausurado ainda mais intrigante. O feto narrador aprofunda suas análises políticas e comportamentais, mostrando que os personagens dessa história, inclusive ele próprio, são mais complexos do que parecem. Para a próxima semana, avançamos mais dois capítulos, até a página 68.

Por Mariane Domingos e Tainara Machado

Quem é Claude? O maquiavélico amante de Trudy vai ganhando forma na história através da perspicácia do feto em captar o mundo exterior. No terceiro capítulo, nos surpreendemos, assim como o narrador, ao descobrir que Claude é irmão de seu pai.

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[Enclausurado] Semana #2

Ao longo dos dois primeiros capítulos de Enclausurado, de Ian McEwan, nos acostumamos ao espaço exíguo em que vive o narrador, conhecemos melhor sua mãe e, aos poucos, vamos descobrindo qual é o plano tenebroso que ela e Claude arquitetam. O narrador pode até ser um feto, mas não perde a ironia e o humor ácido que marcam a obra do autor inglês! Animados para os próximos capítulos? Para sexta-feira que vem, vamos até a página 49. Acompanhe com a gente!

Por Mariane Domingos e Tainara Machado

Então aqui estou, de cabeça para baixo, dentro de uma mulher.

Como já escrevemos em outro post, a primeira frase de Enclausurado é tão marcante quanto outros inícios clássicos, como a abertura de A Metamorfose, de Franz Kafka. A chave aqui, assim como em Kafka, é dar um verniz de realidade a uma impossibilidade física, algo que discutimos no primeiro post deste Clube do Livro.

De partida, Ian McEwan nos situa dentro do útero de Trudy, um espaço apertado em que mal se pode “mexer um dedo”. Aceitar esse ponto de vista, porém, não significa abdicar da realidade. Todas as situações imaginárias são muito bem amarradas – cada devaneio tem uma explicação que habita o plausível.

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