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[Dicas da Imensidão] Semana #10

Chegamos quase ao fim de Dicas da Imensidão, com o conto que dá nome ao livro de Margaret Atwood. Para falar da imensidão da vida, Atwood alterna perspectivas ao assumir diferentes pontos de vista de uma família disfuncional. Acima deles, paira a sombra do passado, representado pela figura do avô em um quadro. Com seus finais abertos, a autora mais uma vez nos permite entrever as várias possibilidades do destino. Na semana que vem, terminamos a leitura com Quarta-Feira Inútil.

Mariane Domingos e Tainara Machado

Dicas da imensidão é provavelmente o conto mais sofisticado, em termos estruturais, desta coletânea. Atwood faz uso de um narrador onisciente que alterna suas perspectivas para construir perfis breves, mas profundos, dos membros de uma família nada convencional.

Leva um tempo até o leitor entender as tensões que marcam as relações entre os personagens. São quatro irmãos – um homem, Roland, e três mulheres, Portia, Prue e Pamela – e o marido de uma delas, George. Portia é casada com George, que tem um caso com Prue, deseja Pamela e é detestado por Roland.

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[Dicas da Imensidão] Semana #9

Até o momento, Peso foi o conto que mais escancarou a questão feminina, ao abordar  um tema bastante sério e urgente: a violência doméstica contra mulheres. Mantendo o estilo que já conhecemos, de revelar a história aos poucos em relatos que oscilam entre passado e presente, Margaret Atwood nos presenteia com mais uma narrativa de altíssima qualidade. Para a próxima semana, vamos até a página 214, com a leitura do conto que intitula o livro – Dicas da Imensidão.      

Mariane Domingos e Tainara Machado

A narradora do conto Peso é marcada pelo cansaço. Uma fadiga em relação à vida, às pessoas e à crueldade humana. Logo nas primeiras frases, ela deixa isso claro:

Estou ganhando peso. Não estou ficando maior, apenas mais pesada. (…) O peso que sinto está na energia que consumo para me locomover: andar pela calçada, subir a escada, ao longo do dia. Está na pressão em meus pés. É uma densidade nas células, como se eu bebesse metais pesados. Nada que se possa medir, embora existam as pequenas protuberâncias de carne habituais que precisam ser tornadas mais firmes, mais musculosas, mais trabalhadas com malhação. Trabalhada. Tudo está se tornando trabalhoso demais.

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[Dicas da Imensidão] Semana #8

A Era do Chumbo é um conto sobre permanência e morte, amor e degradação e sobre o mistério de uma doença que marcou uma geração. Margaret Atwood pode não ter, nos contos, a mesma habilidade para desenvolver personagens que Alice Munro, mas a mão forte de sua escrita sobre a passagem do tempo faz com que as histórias de Dicas da Imensidão sejam imperdíveis. Na próxima semana, vamos até a página 188, com o conto Peso.

Mariane Domingos e Tainara Machado

Muitas vezes, em Dicas da Imensidão, demoramos a nos situar dentro dos contos escritos por Margaret Atwood. Durante algumas páginas, a leitura flui, mas não fica claro para o leitor onde Atwood quer chegar com aquele texto. Com habilidade, porém, a escritora canadense desenvolve a conclusão de suas histórias, nos surpreendendo com a densidade das camadas de sentido que ela vai sobrepondo para unir passado e futuro numa mesma narrativa.

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[Dicas da Imensidão] Semana #7

Na construção de nossa autoimagem, somos levados a acreditar no que não passa de aparência? Em Tios, sexto conto de Dicas da Imensidão, essa é a pergunta que Margaret Atwood parece fazer ao leitor, nas entrelinhas de uma história de sucesso. Está acompanhando a leitura conosco? Deixe seu comentário abaixo! Na próxima semana, vamos até a página 172, com o conto A Era do Chumbo.

Mariane Domingos e Tainara Machado

No sexto conto de Dicas da Imensidão, mais  uma vez Atwood descreve um arco narrativo que vai da infância à fase adulta, desenvolvendo as ambiguidades da personagem principal da história, Susanna.

O conto, intitulado Tios, começa com uma apresentação de sapateado de Susanna, na qual ela se apresenta sobre uma caixa de queijo com vestido de marinheira. Nesta cena, a autoconfiança da garota já é colocada à prova pelas tias, que a abraçavam e beijavam sem sinceridade. O que importava para a menina, contudo, era a opinião dos “tios”, os irmãos de sua mãe que se encarregam de sua criação após o desaparecimento de seu pai, na guerra.

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[Dicas da Imensidão] Semana #6

No quinto conto da coletânea, Morte por Paisagem, Margaret Atwood usa alguns elementos narrativos que já vimos nos contos anteriores, mas também trabalha temáticas novas, como a ausência e o mistério. Mais uma narrativa que se destaca pela sutileza do texto e pelas metáforas bem construídas. Para a próxima semana, leremos Tios, que vai até a página 154.

Por Mariane Domingos e Tainara Machado

Em Morte por Paisagem, notamos, mais uma vez, uma fórmula que parece cara à Atwood: uma personagem relembrando, já na fase adulta, um episódio de sua juventude. O cenário – um acampamento de férias – também remete ao primeiro conto da coletânea e comprova outra inclinação da escritora canadense: as descrições detalhadas de paisagens naturais. Essa tendência, provavelmente, tem relação com a experiência pessoal da autora, que passou boa parte de sua infância nas florestas canadenses (comentamos um pouco sobre isso neste post).

Mais do que um cenário, nessa última leitura, a natureza tem um papel importante. No começo, ela marca presença nos quadros de paisagens que Lois coleciona. Algo nas pinturas a chama, embora ela não saiba explicar bem o quê. Ao revirar suas memórias, essa conexão fica clara.

Os devaneios da Lois já adulta, recentemente enviuvada, nos leva à colônia de férias que era o destino dela e de tantas outras garotas de classe média alta durante os verões. É lá que ela conhece Lucy, uma americana que logo se torna sua amiga. Nem mesmo os longos intervalos entre as temporadas de férias abalam a relação.

Nos breves e espaçados encontros narrados por Lois, notamos o amadurecimento das meninas e como Lucy parecia se adiantar nesse quesito. Talvez o ambiente familiar complexo e um tanto desestruturado fizesse com que a garota acelerasse seu desenvolvimento, de uma maneira nada saudável.

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