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[O Amor dos Homens Avulsos] Semana #5

Ideias sobre o significado do primeiro amor e as dificuldades de lidar com o desaparecimento das pessoas foram destaque nesta última leitura de O Amor dos Homens Avulsos, de Victor Heringer. Cada vez mais, aparecem trechos do Camilo adulto, lutando para não perder as lembranças que lhe restam de Cosme. Para a próxima semana, vamos até  capítulo 64, na página 107.

Por Mariane Domingos e Tainara Machado

A partir de um narrador mais velho e desesperançoso com a vida que lhe resta, O Amor dos Homens Avulsos recupera o poder das descobertas e  dos inícios. Camilo e Cosmim, soltos pelas ruas do bairro do Queím, começam juntos, com o restante dos meninos do bairro, a desbravar a sexualidade.

Em uma tarde, os meninos se juntam na ex-senzala em uma rodinha, e aos poucos Camilo entende que aquilo será uma sessão de masturbação coletiva. Apesar do desconforto que o domina, a cena ganha contornos de ternura com o gesto de intimidade trocado por ele e Cosme. Enquanto os meninos tiram as calças e começam a atividade coletiva, o narrador fica perdido, sem reconhecer naqueles gestos suas próprias práticas. Com um meneio de cabeça, Cosmim lhe mostra o caminho, um momento que ficará para sempre gravado na memória do narrador.

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[O Amor dos Homens Avulsos] Semana #4

Nos últimos capítulos, o narrador, Camilo, passou a desbravar o bairro do Queím, com novos personagens agregados à história de O Amor dos Homens Avulsos, de Victor Heringer. Essa incursão pelas ruas vizinhas revela uma realidade de pobreza e miséria no Brasil dos anos 70 que até aqui ainda havia passado despercebida pelo narrador, mas que parece ser chave para o desenrolar da história, especialmente do relacionamento do menino com Cosme. Com a curiosidade aguçada pelas últimas páginas, vamos ler, para a próxima semana, até o capítulo 47, na página 87.

Por Mariane Domingos e Tainara Machado

Depois da violência cometida contra Cosme, Camilo, o narrador de O Amor dos Homens Avulsos, ganhou um salvo-conduto para perambular pelo bairro do Queím, até então uma proibição expressa. Nessas incursões pela vizinhança, ele encontrou novos personagens e, principalmente, a pobreza e a miséria que habitam bairros quentes e abafados do subúrbio do Rio de Janeiro.

O bairro é minúsculo, mal aparece nos mapas em escala maior, mas quando Cosmim me apresentou a rua (agora eu podia brincar lá fora, era homem-macho, sim), o Queím se agigantou tanto ao redor que o ar chegou a ficar rarefeito.

A descoberta das ruas e tipos do bairro é contada da mesma forma singela com que o autor do livro, Victor Heringer, aborda todos os temas. O narrador descreve os meninos pelo que é visível, o contraste entre ele e os demais tipos do bairro. Muito mais não precisaria ser dito:

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[O Amor dos Homens Avulsos] Semana #3

O Amor dos Homens Avulsos avançou um pouco mais nas memórias do narrador sobre sua juventude e a relação com Cosme, o menino que chegou de repente para mudar sua vida. Victor Heringer continua a nos mostrar uma voz extremamente madura para um autor tão jovem. Está gostando da leitura? Para a próxima semana, vamos até o capítulo 34, na página 66.

Por Mariane Domingos e Tainara Machado

Quando Cosme volta para casa, após o breve sumiço, a reação do narrador não é das melhores. O ódio que ele dizia sentir pelo garoto se materializa em uma agressão que acaba mal para os dois. Cosme ganha um machucado no rosto e o narrador tem o braço engessado.

Com habilidade, Victor Heringer consegue construir várias camadas de sentimentos tendo como ponto de partida esse ato de violência. Há o ódio, sobre o qual falamos na semana passada, que vem do estranhamento que a chegada do menino causa no garoto em um primeiro momento.

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[O Amor dos Homens Avulsos] Semana #2

Foram poucas páginas de leitura, mas já deu pra perceber que O Amor dos Homens Avulsos promete uma prosa marcante e um narrador daqueles que realmente sabem contar uma história. E você, qual foi sua primeira impressão? Para a próxima semana, avançamos até o capítulo 22, na página 44.

Por Mariane Domingos e Tainara Machado

Como acontece na maioria dos livros, o começo de O Amor dos Homens Avulsos é dedicado a ambientar o leitor no espaço e no tempo. Victor Heringer não dispensa essa fórmula, mas dá um toque de originalidade à narrativa logo na primeira página, com um “informe meteorológico”:

A temperatura deste romance está sempre acima dos 31ºC.
Umidade relativa do ar: jamais abaixo dos 59%.
Ventos: nunca ultrapassam os 6km/h, em nenhuma direção.

O mar está muito longe deste livro.

Todas essas descrições correspondem perfeitamente às condições climáticas do cenário principal do romance: o bairro do Queím, um subúrbio carioca. Mas basta conhecer um pouco os personagens para perceber que esse informe irá bem além de uma abordagem geográfica.

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[O Amor dos Homens Avulsos] Semana #1

Chegamos ao sexto Clube do Livro do Achados & Lidos e não poderíamos estar mais animadas! Pela primeira vez nessa seção do blog, leremos um autor brasileiro, que vem sendo muito bem recomendado. Para a próxima sexta-feira, avançamos os seis primeiros capítulos de O Amor dos Homens Avulsos, até a página 21. Acompanhe com a gente!

Por Mariane Domingos e Tainara Machado

Não é segredo que somos duas entusiastas da literatura brasileira. Os clássicos nacionais têm espaço garantido aqui no blog e sempre nos empolgamos quando aparece um nome promissor no cenário contemporâneo.

Normalmente, quando um livro desperta a nossa atenção, as indicações se acumulam. Primeiro, foi aquela visão chamativa na livraria, já que olhar nenhum consegue se desviar da bonita edição da Companhia das Letras, de um amarelo bastante vivo, com seus motivos equestres. Depois, veio a recomendação do Michel Laub, um dos autores brasileiros preferidos da Tatá. Em sua conta pessoal no Instragram (sim, a gente stalkeia nossos escritores favoritos, não tem jeito), Laub postou uma imagem com quatro livros. Além de O Amor dos Homens Avulsos, constavam na seleção também Meia-Noite e Vinte, do Daniel Galera (que já resenhamos), Como Se Estivéssemos em Palimpsesto de Putas, da Elvira Vigna (que está na fila de leituras) e Simpatia pelo Demônio, do Bernardo Carvalho, com a legenda abaixo: Leia mais

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