Durante esta semana, vamos dar uma pausa nos posts, mas não nas leituras. Voltamos com tudo no dia 2 de janeiro! 🙂
Bom fim de ano!
Durante esta semana, vamos dar uma pausa nos posts, mas não nas leituras. Voltamos com tudo no dia 2 de janeiro! 🙂
Bom fim de ano!
Já é quase Natal e não poderíamos comemorar a data de outro jeito a não ser com literatura! Escolhemos, para este Clube do Livro “express”, o conto Missa do Galo (Variações sobre o mesmo tema), da Lygia Fagundes Telles. O texto é, na verdade, uma releitura de um conto do Machado de Assis com o mesmo nome!
Ah, e já tem sorteio do quinto título do Clube do Livro do Achados & Lidos acontecendo no Instagram. Corra lá no nosso perfil (@achadoselidos) e participe para ter a chance de ganhar seu exemplar de Enclausurado, de Ian McEwan, considerado um dos melhores livros de 2016!
Por Mariane Domingos e Tainara Machado
O conto Missa do Galo, de Lygia Fagundes Telles, é, como já diz o próprio título, uma variação do conto de Machado de Assis. Mas Lygia, como é do feitio de sua obra, entra mais fundo na história, revelando tensões, desconfortos e situações que no texto de Machado aparecem apenas como nuances.
No conto original, que se passa em 1861, um menino de 17 anos, abrigado na casa do marido de uma tia falecida, está prestes a retornar para o interior, mas decide ficar na cidade mais um pouco para assistir à Missa do Galo longe da “roça”, por acreditar que ali haverá mais pompa e gente para ser vista.
Em A Resistência, o escritor Julián Fuks destrincha o significado da palavra que dá título ao livro a partir das memórias afetivas de um narrador que se vê dividido entre a necessidade de contar uma história e a dificuldade de recompor fatos inalcançáveis, seja pela distância do tempo, seja pela grandeza do trauma. O romance ganhou o Prêmio Jabuti deste ano e reacendeu o holofote sobre o autor que, já em 2012, figurava na lista dos 20 melhores jovens escritores brasileiros da revista Granta.
Filho de militantes de esquerda que buscam exílio no Brasil nos anos sangrentos da ditadura argentina, o narrador, Sebastián, começa seu relato apresentando o irmão mais velho e revelando que ele foi adotado:
Se a inquietude continua a reverberar em mim, é porque ouço a frase também de maneira parcial – meu irmão é filho – e é difícil aceitar que ela não termine com a verdade tautológica habitual: meu irmão é filho dos meus pais. Estou entoando que meu irmão é filho e uma interrogação sempre me salta aos lábios: filho de quem?
“Hoje em dia, todo mundo era sensível. Todo mundo tinha um vocabulário a negociar. As palavras passaram a ser tão dolorosas como espetos e pedras, ou talvez as peles tenham ficado mais finas.”
Salman Rushdie em Shalimar, o Equilibrista
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