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[Resenha] A Viagem do Elefante

Em 1551, o rei português dom João III, e sua mulher, Catarina d’Áustria, decidiram oferecer um presente inusitado ao arquiduque Maximiliano II, por seu casamento com a filha do imperador Carlos V: um elefante.

A história real do mamífero que saiu de Goa, passou por Portugal, Espanha, Itália, atravessou os Alpes para enfim chegar na Áustria ganha ares de fábula nas mãos de José Saramago, em A Viagem do Elefante (Companhia das Letras, 260 páginas).

Confesso que o enredo, normalmente, não atrairia minha atenção, mesmo sendo uma obra do consagrado autor português, de quem gosto muito, embora ele tenha aparecido pouco aqui no blog. Mas, em um aeroporto, acabei seduzida pela caligrafia de Wagner Moura, que assinou a capa para a edição especial vendida exclusivamente pela Livraria Saraiva.

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[Divã] Histórias da Flip, parte 2

Ela sobe ao palco. É magra, jovem, de vestido com miúdas estampas animais e cabelo curto. Sua figura não nos prepara e nem antecipa a potência do discurso que vem a seguir. A poeta pernambucana Adelaide Ivánova participou da série Fruto Estranho, que convidou autores a fazer intervenções  e performances antes de seis mesas da programação do Auditório  da Matriz, uma das novidades, da Flip  (Festa Literária Internacional de Paraty) de 2017. Seu texto começou assim:

O problema não é que as pessoas lembrem por meio de fotos, mas que só se lembrem das fotos. Lembrar, cada vez mais, não é recordar a história, e sim ser capaz de evocar uma imagem.

Na foto preto e branco, o corpo de Angela Diniz está de bruços, descalço, de blusa e meia calça, sem a parte de baixo da roupa. Sangue na altura da cabeça. Angela Diniz foi assassinada em 1976 pelo namorado, com três tiros no  rosto e um na nuca.

A foto do corpo de Angela está online.

Ivánova prosseguiu em voz firme, por pouco mais de dez minutos, a relatar minuciosamente feminicídios que ocorreram há poucos ou muito anos, durante o período democrático ou na ditadura, casos célebres e mortes esquecidas pela imprensa, sempre nos lembrando que as fotos desses corpos estão online.

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[Lista] 5 começos marcantes

Alguns livros precisam contar com o comprometimento do leitor por algumas páginas para que ele seja de fato fisgado pela história. Outros, porém, já nos capturam na primeira linha. Nesta semana, listamos cinco obras da literatura mundial com começos marcantes, seja por anunciar o fim da morte, subverter a realidade ou, simplesmente, nos brindar com um dos mais bonitos aforismos da literatura.

1. Anna Kariênina, de Liev Tolstói: Não seria possível começar uma lista sobre inícios marcantes de livros sem prestar a devida homenagem à Tolstói. O autor russo dispensa apresentações, mas dá para ter uma ideia de seu brilhantismo só por essa verdade universal estampada na primeira página de Anna Kariênina:

Todas as famílias felizes se parecem, cada família infeliz é infeliz à sua maneira.

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“A morte conhece tudo a nosso respeito, e talvez por isso seja triste. Se é certo que nunca sorri, é só porque lhe faltam os lábios, e esta lição anatômica nos diz que, ao contrário do que os vivos julgam, o sorriso não é uma questão de dentes.”

José Saramago em As Intermitências da Morte

[Lista] 5 biografias que merecem lugar na estante

No mundo dos livros, as biografias são um gênero à parte. Na minha estante, por exemplo, elas ocupam uma prateleira inteira. Tem gente que torce o nariz e não vê muito valor estético nessas obras. Eu, pelo contrário, sou fã. Algumas histórias são até mais fascinantes do que ficção. E quando é um escritor que decide contar sua vida (ou ao menos parte dela), então, não me seguro. Aqui estão cinco biografias ou volumes de memórias que me marcaram e que merecem lugar na sua estante também!

1. Steve Jobs, por Walter Isaacson: Em 2004, quando soube que estava doente, o grande gênio da indústria de tecnologia quis um biógrafo a sua altura. Antes que qualquer um soubesse de seus problemas de saúde, Steve Jobs se aproximou de Isaacson e propôs que ele escrevesse sua trajetória.

Eu havia publicado recentemente uma biografia de Benjamin Franklin e estava escrevendo outra sobre Albert Einstein, e minha reação inicial foi perguntar, meio de brincadeira, se ele se considerava o sucessor natural nessa sequência.

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