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[Enclausurado] Semana #6

Está cada vez mais difícil parar a leitura de Enclausurado! Nesse último trecho, o plano criminoso dos amantes Trudy e Claude começa a se concretizar e tivemos cenas de prender a respiração. Qual será o destino de John? Para a próxima semana, avançamos até a página 126.

Por Mariane Domingos e Tainara Machado

O narrador de Enclausurado é o grande trunfo dessa obra de Ian McEWan – disso já não resta dúvida. Nesses dois últimos capítulos, o feto assume brilhantemente sua ambígua posição de espectador e narrador-personagem. Ver o plano de Claude e Trudy tomando forma a partir da narrativa sarcástica do feto foi o ponto alto do romance até agora.

As referências a Hamlet ficam cada vez mais claras. As similaridades de enredo são óbvias. Na obra de Shakespeare, o filho do rei da Dinamarca, Hamlet, sabe pelo fantasma de seu pai que seu tio Cláudio envenenou o irmão com a ajuda da amante, Gertrudes (que também é sua mãe). Hamlet decide então se vingar.

Mas há outros aspectos, estes bem mais sutis, que remetem à obra shakesperiana. A sensação é de estar assistindo, ao lado do narrador, ora na coxia, ora na plateia, a uma peça de teatro. Os diálogos que parecem decorados, os movimentos ensaiados, os improvisos no script – a concretização do assassinato é uma verdadeira aula de encenação. E de escrita. McEwan imprime um ritmo impressionante à narrativa, com cenas em que o suspense é tão grande que sentimos o mesmo tipo de ansiedade do bebê na barriga de Trudy.

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[Resenha] Os Buddenbrook

Pequena ou grande, barulhenta ou discreta, rica ou pobre – não importa o tipo, uma família é sempre um terreno fértil para uma boa história. Thomas Mann apostou nessa premissa quando, aos 25 anos, em 1900, concluiu seu primeiro romance: Os Buddenbrook – Decadência de uma família.

O clássico da literatura alemã conta a trajetória desse clã entre os anos de 1835 e 1877. A maior parte das 700 páginas foca na terceira geração, formada pelos irmãos Thomas, Antonie, Christian e Klara. Netos de um poderoso comerciante, eles herdam os negócios e a responsabilidade de preservar a glória do sobrenome.

Esse fardo se mostra mais pesado do que parece. Como bem anuncia o subtítulo da obra, não se trata de uma história de final feliz. Ao longo da narrativa, Mann insere alguns elementos que funcionam como um termômetro material das angústias e dos insucessos da família: a placa suntuosa que identifica o prédio da firma, a mansão na Mengstrasse, a fortuna sempre contabilizada de forma tão precisa e o livro de família, uma espécie de diário do clã. Esses sinais são como lembretes do pesado destino que paira sobre os Buddenbrook:

Tomou o diário, folheou-o e, subitamente, ficou absorta pela leitura. O que lia eram, na maioria, coisas simples, que conhecia havia muito tempo, mas cada um dos que as tinham escrito herdara dos seus antecessores um modo de narrar solene e sem exagero; formara-se assim, por instinto e sem propósito, um estilo de crônica em que se expressava o respeito que uma família tinha a si mesma, assim como à tradição e à história, respeito discreto e por isso sumamente cheio de dignidade.

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[Lista] 5 filmes inspirados em livros que ganharam o Oscar

Quando chega o mês de fevereiro, eu e a Mari praticamente trocamos nossas leituras pelas salas de cinema. A corrida para ver os filmes indicados ao Oscar é mais uma das paixões que dividimos. Por isso, nada mais natural que as listas deste mês tenham inspiração cinematográfica.

Na semana passada, a Mari fez uma ótima seleção de cenas lindas de filmes nos quais os livros são protagonistas. Hoje foi a minha vez de puxar na memória cinco adaptações tão bem feitas que a transposição para a telona acabou levando a estatueta de Melhor Filme no Oscar. Lembra de mais algum exemplo? Conte para a gente nos comentários!

o vento levou1. …E o Vento Levou: O clássico de 1939 se baseia no livro homônimo de Margaret Mitchell. A história da sedutora e teimosa Scarlett O’Hara, a personagem principal desse drama sobre a Guerra Civil americana, é uma das mais famosas do cinema. Para escolher a atriz que viveria a personagem na telona, o produtor do filme entrevistou nada menos do que mil e quatrocentas atrizes, entre elas Bette Davis, mas quem acabou ficando com o papel foi Vivian Leigh. A química entre ela e Clark Gable, que faz o papel de Rhett Butler, ainda arranca suspiros dos espectadores.

Coube à Vivian Leigh imortalizar a passagem de encerramento do livro de Mitchell (não se preocupe, não é um spoiler!):

Amanhã, em Tara, hei de pensar em tudo isso. Então terei mais forças. Amanhã pensarei no meio de fazê-lo voltar. Afinal, amanhã é um outro dia.

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“Ainda que já fosse centenária e estivesse a ponto de ficar cega pelas cataratas, conservava intactos o dinamismo físico, a integridade de caráter e o equilíbrio mental. Ninguém era melhor que ela para formar o homem virtuoso que haveria de restaurar o prestígio da família, um homem que nunca ouvira falar da guerra, dos galos de briga, das mulheres da vida e de empreitadas delirantes, quatro calamidades que, pensava Úrsula, haviam determinado a decadência de sua estirpe. ”

 

Gabriel García Márquez em
Cem Anos de Solidão

[Enclausurado] Semana #5

Uma reviravolta digna de tragédia shakesperiana aconteceu nas últimas páginas, o que levou Trudy e Claude a acelerar seus planos. Nosso feto, assim, se vê cada vez mais perto de uma encruzilhada: a prisão ou o Paquistão? Está difícil não devorar as últimas páginas de Enclausurado, de Ian McEwan. Haja autocontrole! Para a próxima semana, avançamos mais dois capítulos, até a página 115.

Por Mariane Domingos e Tainara Machado

A visita inesperada de John Cairncross à casa de St. John’s Wood trouxe reviravoltas importantes à história. Até aqui retratado como um homem fraco e ingênuo, perdido em sua poesia, John de repente muda de posicionamento, em uma tentativa de virar o jogo com sua mulher.

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