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[Lista] 5 começos marcantes

Alguns livros precisam contar com o comprometimento do leitor por algumas páginas para que ele seja de fato fisgado pela história. Outros, porém, já nos capturam na primeira linha. Nesta semana, listamos cinco obras da literatura mundial com começos marcantes, seja por anunciar o fim da morte, subverter a realidade ou, simplesmente, nos brindar com um dos mais bonitos aforismos da literatura.

1. Anna Kariênina, de Liev Tolstói: Não seria possível começar uma lista sobre inícios marcantes de livros sem prestar a devida homenagem à Tolstói. O autor russo dispensa apresentações, mas dá para ter uma ideia de seu brilhantismo só por essa verdade universal estampada na primeira página de Anna Kariênina:

Todas as famílias felizes se parecem, cada família infeliz é infeliz à sua maneira.

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“A morte conhece tudo a nosso respeito, e talvez por isso seja triste. Se é certo que nunca sorri, é só porque lhe faltam os lábios, e esta lição anatômica nos diz que, ao contrário do que os vivos julgam, o sorriso não é uma questão de dentes.”

José Saramago em As Intermitências da Morte

[A Máquina de Fazer Espanhóis] Semana #9

Os fantasmas do presente e do passado perturbam os dias de António no Lar da Feliz Idade. A morte de dona Marta e os problemas de saúde do senhor Pereira resgatam memórias que o narrador julgava esquecidas. Na próxima semana, avançamos mais dois capítulos de A Máquina de Fazer Espanhóis – até a página 211, se você tem a edição da Biblioteca Azul, ou até a página 202, se você tem a edição da Cosac Naify.

Por Mariane Domingos e Tainara Machado

Delírio, sentimentos represados e confusão mental. A luta do corpo são contra a cabeça doente é um dos temas desse trecho da leitura. Na figura do próprio António e também do senhor Pereira, que começa a fazer xixi na cama como uma criança, Valter Hugo Mãe põe em discussão a tragédia que é a decadência do órgão responsável por moldar nossa condição humana:

a velhice, pensei, é o cérebro que alui corpo abaixo, até ficar a atrapalhar o funcionamento dos outros órgãos.

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[Resenha] Brooklyn

Romances também têm estado de espírito. Não é sempre que queremos nos afundar em livros como É Isto um Homem, de Primo Levi. Há horas que o mundo pede uma leitura mais reconfortante e delicada. E Brooklyn, do irlandês Colm Tóibín, cumpre esse papel com perfeição.

Isso não significa que o enredo seja leve ou floreado, mas os acontecimentos na vida de Eilis Lacey, uma jovem irlandesa que acaba migrando para os Estados Unidos, são tão sutis que o grande tema do livro por vezes parece secundário. No entanto, não se deixe enganar. Como o próprio Toíbin disse certa vez,  “Brooklyn trata do que acontece quando um imigrante é estrangeiro em seus dois países, inclusive em si mesmo”.

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[Lista] 5 ótimos livros de ensaios

Ensaios não estão entre as categorias mais populares da literatura. Há quem diga que são muito teóricos e difíceis de entender. Para mim, é justamente o contrário. Ler um ensaio é a oportunidade de decifrar um autor e chegar mais perto de compreender toda sua obra. Nesse gênero, os escritores abdicam das máscaras atenuantes da ficção e expõem suas opiniões e experiências da forma mais sincera e direta, nos fazendo refletir sobre nossas próprias posições. Confira, abaixo, uma seleção com meus cinco livros de ensaios favoritos.

1. A Vida Descalço, de Alan Pauls: a escrita do autor argentino não poderia encontrar melhor morada que no gênero de ensaios. Mesmo em seus romances, Pauls é capaz de conduzir longas digressões até esgotar um assunto, sem perder a linha de raciocínio nem a atenção do leitor.

Em A Vida Descalço, o tema é a praia. Misturando memórias de infância às da vida adulta, inclusive sua primeira viagem ao Rio de Janeiro, o escritor desenvolve um ensaio sobre a praia como um ambiente imaginário, em que desejo, ilusão e novos códigos sociais são estabelecidos:

Só uma familiaridade muito precoce com os usos e costumes da praia pode, de fato, embaçar o brilho de uma obviedade que ainda hoje deveria nos deslumbrar: a praia é o único espaço público onde a nudez quase completa não é uma exceção nem uma infração provocadora, e sim um princípio de existência, uma forma de vida, a lei – tácita e unânime, mas não coercitiva – que rege a convivência humana.

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